- Velhos parceiros, novas ambições

Parceiros desde o governo Sartori, MDB e PP voltaram a se aproximar com vistas a 2026. Em encontro recente, o presidente do MDB, Vilmar Zanchin, visitou a direção progressista, comandada por Covatti Filho, defendendo a continuidade da aliança que sustenta o governo Eduardo Leite. O movimento foi lido como um aceno de que os dois partidos, mesmo com pré-candidaturas próprias, ainda veem vantagem em marchar juntos para manter o projeto político iniciado há quase uma década.
O PP, por sua vez, deixou claro que não aceita papel secundário. Covatti Filho e o secretário Ernani Polo despontam como possíveis nomes para a cabeça de chapa, e a sigla quer garantir que a candidatura de Gabriel Souza (MDB) não seja uma imposição inegociável. Na prática, os progressistas buscam reposicionar o partido no tabuleiro e testar a disposição do MDB em abrir espaço para uma alternância de protagonismo dentro da base.
A reaproximação também tem um cálculo estratégico mais amplo: preservar o campo de centro frente à polarização. Enquanto o MDB tenta segurar o PDT e evitar que Juliana Brizola seja atraída pelo PT, o PP busca evitar dispersão e consolidar uma frente moderada capaz de barrar tanto a direita de Luciano Zucco (PL) quanto a esquerda petista. O gesto de diálogo entre Zanchin e Covatti revela que, em meio às ambições individuais, ainda há consciência de que o poder se conquista, antes de tudo, com articulação.
- Centro político busca coesão para enfrentar polarização em 2026

O MDB intensificou a movimentação para costurar uma aliança ampla em torno da continuidade do projeto político que sustenta o governo de Eduardo Leite (PSD). Um dia após o encontro com o PP, dirigentes e deputados emedebistas almoçaram com lideranças do PDT para discutir o cenário de 2026. O presidente Vilmar Zanchin (MDB) saiu otimista: vislumbra a formação de uma frente que reúna MDB, PP, PDT e PSD e, que mantenha unida a base que governa o Estado há mais de uma década. Por ora, a ordem é não falar em nomes, mas em “projeto de Estado”.
O diálogo ocorre em um contexto de dispersão das forças de centro, e a estratégia do MDB é clara: evitar que o PDT se incline definitivamente para o PT e que o PP flerte com o PL de Luciano Zucco. As duas siglas, no entanto, também têm cálculos próprios, o PP ainda sonha com cabeça de chapa e o PDT tenta resistir às investidas de Carlos Lupi em favor de uma aliança com Lula. Para Zanchin, as resistências internas em ambos os partidos indicam que o caminho mais provável ainda é a coesão da base governista.
Nos bastidores, o próximo movimento será o mais simbólico: convidar Eduardo Leite, presidente estadual do PSD, para uma reunião com todos os aliados. A articulação prevê discutir uma chapa conjunta, com o governador, caso aceite, concorrendo ao Senado. Se concretizada, a aliança seria uma tentativa de consolidar um bloco de centro moderado capaz de enfrentar tanto a direita de Zucco quanto a esquerda petista, prolongando o ciclo político que começou em 2015.
- Fábio Branco na mira do MDB

Em Pelotas, durante o sétimo encontro do projeto que busca fortalecer a pré-candidatura de Gabriel Souza (MDB) ao governo do Estado, lideranças do partido convidaram o ex-prefeito de Rio Grande, Fábio Branco (MDB), a voltar à disputa eleitoral em 2026. Três vezes prefeito e ex-deputado estadual, Branco perdeu a reeleição em 2024 para Darlene Pereira (PT) e hoje atua na iniciativa privada. Apesar da resistência em retornar à vida pública, é uma figura respeitada tanto pela velha guarda quanto pela ala jovem do MDB, pela postura serena e conciliadora.
O convite tem forte carga simbólica: Branco presidia o MDB quando Gabriel foi escolhido vice de Eduardo Leite (PSD) em meio a divisões internas, e sua reaproximação é vista como tentativa de recompor laços e fortalecer a unidade partidária. Além de representar um gesto de gratidão, o movimento busca recuperar terreno na região Sul e ampliar a base de apoio à candidatura de Gabriel, que tenta consolidar-se como nome de consenso dentro do partido.
- Segurança em transição

Durante evento do PSD em Porto Alegre, o governador Eduardo Leite (PSD) confirmou a saída do secretário de Segurança Pública, Sandro Caron, que deixa o cargo para atuar na iniciativa privada em São Paulo. O nome do substituto deve ser anunciado nos próximos dias, com o coronel Mário Ikeda, atual secretário-adjunto, cotado para o posto. Leite destacou que a troca ocorrerá “com tranquilidade”, ressaltando que o programa RS Seguro garante continuidade administrativa e estabilidade nas políticas da área — considerada uma das vitrines de sua gestão.
- 2026 ainda no horizonte
Questionado sobre o cenário eleitoral, Eduardo Leite (PSD) evitou confirmar se será candidato à Presidência ou ao Senado em 2026. O governador avaliou que “ainda é cedo para cravar cenários”, apontando que o quadro político nacional segue em mutação. Leite afirmou que o país precisa de uma candidatura de centro, “com serenidade e equilíbrio”, e atribuiu a fragmentação da direita à indefinição do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Caso não concorra ao Planalto, Leite admite que poderá disputar o Senado, mas reforçou que a decisão dependerá das articulações dentro de sua base no Estado.
- PSD em expansão
O evento do PSD em Porto Alegre reuniu lideranças estaduais e regionais em clima de otimismo. Presidente estadual da sigla, Eduardo Leite (PSD) afirmou que o partido pretende se tornar o maior do Rio Grande do Sul, com a meta de eleger oito deputados estaduais e ampliar a bancada federal. O secretário-chefe da Casa Civil, Artur Lemos Júnior (PSD), reforçou o plano e mencionou o desejo de o partido assumir a presidência da Assembleia Legislativa. O encontro contou ainda com a presença da ex-senadora Ana Amélia Lemos (PSD) e da vereadora Cláudia Araújo (PSD), presidente municipal do partido, além da participação, por vídeo, do vice-governador Gabriel Souza (MDB) e do presidente nacional da sigla, Gilberto Kassab (PSD).
- Alinhamento com o PDT
Mesmo com Juliana Brizola (PDT) despontando como pré-candidata ao governo do Estado, o PDT mantém diálogo estreito com o grupo de Eduardo Leite (PSD). Presente ao evento, o vereador Márcio Bins Ely (PDT), presidente municipal do partido em Porto Alegre, foi saudado pelo secretário Artur Lemos Júnior (PSD), que defendeu a continuidade da aliança que “deu certo em 2022”. O movimento reforça a tentativa do Palácio Piratini de preservar a base e ampliar o campo de centro, em meio às costuras para 2026.
- Paim e Pimenta: o impasse do PT gaúcho para o Senado

As prioridades do PT nacional, a reeleição de Lula (PT) e a conquista do maior número possível de vagas ao Senado, começam a influenciar o partido no Rio Grande do Sul. Para 2026, são duas cadeiras em disputa: o PT terá uma em uma coligação, enquanto a outra está reservada para Manuela D’Ávila (PSol/PSB). Internamente, a disputa envolve o senador Paulo Paim (PT), que havia anunciado aposentadoria, e o deputado federal Paulo Pimenta (PT), preferido da direção nacional por sua competitividade. Setores do PT gaúcho, no entanto, defendem a permanência de Paim, tanto por questões de prioridade a quem já exerce mandato quanto por favorecer alas específicas do partido no Estado.
O impasse tem efeitos em cadeia sobre candidaturas proporcionais. Caso Paim dispute o Senado, aliados de Pimenta terão de reorganizar suas estratégias para federal e estadual. Se Pimenta concorrer à reeleição, fortalece a bancada e amplia o efeito “puxador de votos” para colegas como Denise Pessôa (PT) e Dionilso Marcon (PT), além de outros quadros do partido. A situação também influencia o nome do presidente da Conab, Edegar Pretto (PT), atualmente lançado para o governo estadual, que precisará conciliar alianças internas conforme a decisão final sobre o Senado.
O presidente estadual, Valdeci Oliveira (PT), projeta que a decisão sobre o candidato será tomada até 29 de novembro, após uma série de 27 encontros regionais que debatem conjuntura e eleições. Segundo ele, “a definição não cabe a figuras públicas isoladas, mas ao partido”. O movimento demonstra a força da direção nacional na condução das decisões estratégicas do PT, mesmo diante de preferências e pressões de lideranças locais, e reforça que 2026 ainda será um ano de negociações e ajustes antes do fechamento das chapas.
- Jorge Messias é um dos cotados para o Supremo, diz Guimarães

O líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), afirmou que a escolha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para a sucessão de Luís Roberto Barroso no Supremo Tribunal Federal (STF) será rápida. Em entrevista ao podcast As Cunhãs, Guimarães citou o atual advogado-geral da União, Jorge Messias, como um dos nomes em pauta, lembrando que conta com apoio tanto seu quanto da ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann (PT).
Além de Messias, outros nomes aparecem na disputa: o ex-presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD); o ministro do Tribunal de Contas da União, Bruno Dantas; e o ministro da Controladoria-Geral da União, Vinícius Carvalho. Guimarães reforçou que a indicação deve reunir predicados técnicos e não comprometer o funcionamento democrático das instituições, elogiando, nesse contexto, o trabalho do ministro Alexandre de Moraes.
- Senador avalia que ações de Eduardo Bolsonaro prejudicaram direita

O presidente nacional do Progressistas, Ciro Nogueira (PP-PI), declarou que a atuação do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) nos Estados Unidos provocou um “prejuízo gigantesco” à articulação da direita no Brasil. Em entrevista ao programa Canal Livre (Band), Nogueira criticou as iniciativas do filho do ex-presidente — que envolveram pressões por sanções e tarifas e ataques a ministros do STF — por desviar o foco que, segundo ele, deveria ser o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Com a rejeição popular ao chamado “tarifaço”, o senador avaliou como inviável, no momento, qualquer candidatura da família Bolsonaro à Presidência.
No mesmo programa, Ciro Nogueira comentou sobre a condição de saúde do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que cumpre prisão domiciliar, e afirmou que, pelas suas visitas e observações, Bolsonaro estaria debilitado e “sem condição” de ser encaminhado a um regime carcerário. Nogueira disse temer pela integridade física do ex-mandatário caso isso ocorra, reforçando que a prioridade, na sua leitura, é cuidar da saúde do encarcerado mais do que discutir cenários eleitorais imediatos.








