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Meteorologia além da previsão

Qual é a previsão do tempo? Essa talvez seja a frase que meteorologistas mais ouvem quando as pessoas ficam sabendo que ele estuda ou trabalha com meteorologia. Mas a meteorologia é muito mais do que apenas isso.

Desde os tempos mais remotos, o ser humano sempre esteve interessado em saber qual é o comportamento da atmosfera, do meio ambiente em que vivemos e, mais recentemente, em como o influenciamos. Esse interesse inspirou inúmeros estudos e descobertas ao longo do tempo. Alguns grandes filósofos das eras mais antigas, já tentavam propor explicações para os fenômenos mais conhecidos, como chuva, vento ou nuvens.

No século VI a.C., Tales de Mileto propôs uma explicação do universo em que a água era o princípio fundamental de todas as coisas. Para ele, a água simbolizava não apenas a matéria primordial, mas também a constante transformação da realidade, observada em sua fluidez e adaptabilidade. Com isso, Tales inaugurou uma nova forma de pensar, baseada na observação da natureza e na busca por causas racionais para a existência e mudança no cosmos.

Anaxímenes de Mileto (a.C. 586–526 a.C.), propôs que o ar era o elemento primordial de todas as coisas, passando por transformações: condensação, por meio da qual se transformava em vento, nuvem, água, terra e pedra, ou pela rarefação tornava-se fogo. Para apoiar sua teoria, propôs um experimento simples: se você assopra a mão com a boca relaxada, o ar é quente; mas se você assopra com os lábios franzidos, o ar é frio.

Mas foi Aristóteles quem primeiro organizou o estudo dos fenômenos atmosféricos na antiguidade. Seu tratado “Meteorológica” (Μετεωρολογικά, escrito por volta de 340 a.C.) é tido como a primeira obra conhecida de meteorologia na história da ciência ocidental. Nela, eram incluídas explicações para chuva, vento, trovões, relâmpagos, neve e granizo; com uma mistura de observação empírica e raciocínio filosófico. Ele defendia que os fenômenos atmosféricos eram resultado da interação dos quatro elementos clássicos (terra, água, ar, fogo), influenciados por qualidades como quente, frio, seco e úmido. Sua obra serviu de base para a meteorologia até o século XVII, quando a ciência começou a se desenvolver com métodos experimentais.

O que guiou todos estes pensadores foi a observação do mundo que nos rodeia, e se observamos um fenômeno, queremos explica-lo cientificamente e então, prevê-lo. E é neste ponto que entra o trabalho do meteorologista. Quando falamos em observação, estamos falando em observações de todos os tipos, como algumas que já apresentamos nesta coluna (edições de 28/06, 17/05 ou 10/05), como torres meteorológicas, estações de superfície ou dados de radar e satélites, ou até mesmo os pluviômetros caseiros que muitos de nós temos em casa.

Aí vem a segunda parte, queremos explicar o que observamos. Neste ponto, o meteorologista pensa em ciência, ou seja, quais leis físicas que conhecemos podem explicar este complexo sistema meteorológico? E finalmente, podemos tentar prever o que observamos. Parece ser bem simples, mas é necessário pensar em todas as possíveis interações que o sistema meteorológico tem. Por exemplo, se eu quero fazer uma previsão do tempo, eu tenho que saber como a atmosfera está comportando naquele momento, se a previsão será feita para uma área de florestas ou campos, para uma área de cidades, ou sobre áreas com água… Todas essas, e muitas outras informações, são necessárias para termos uma previsão de tempo mais próxima da realidade possível.

Então, só nesse passo inicial, vemos que o meteorologista tem uma gama imensa de áreas que pode atuar. Podemos citar algumas delas, por exemplo: Órgãos públicos, como Universidade, INMET, CPTEC/INPE, CEMADEN e institutos estaduais; emissoras de TV, rádio, jornais e portais de notícias; consultorias para produtores rurais, aeroportos e companhias aéreas; controle das atividades marítimas; usinas hidrelétricas, eólicas e solares que também dependem da previsão meteorológica para planejar a produção de energia para o país; no desenvolvimento de modelos de previsão climática e mais recentemente no uso de inteligência artificial para tratamento de dados meteorológicos, entre outras tantas áreas. Isso nos mostra que a meteorologia está presente no nosso dia-a-dia e pode ser uma profissão muito apaixonante.

E você sabia, que você pode aprender tudo isso aqui mesmo em Santa Maria na UFSM. Atualmente contamos com um curso de meteorologia que vai desde a graduação até o doutorado, passando por uma especialização em Mudanças Climáticas em EAD. Venha nos conhecer e saber um pouco mais sobre o mundo que nos rodeia. Você também vai se apaixonar.

Redação enFoco

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