“Mas quem vai usar isso na rua?”
Essa é quase a trilha sonora de qualquer desfile de moda conceitual. Afinal, quem nunca olhou para um vestido superestruturado, cheio de volumes e formas inusitadas e pensou que aquilo parecia mais uma instalação de arte do que uma roupa?
Mas a moda conceitual não nasce para o look de segunda-feira no escritório. Ela existe para provocar, cutucar e ampliar o nosso repertório. É como a arte contemporânea: não precisa ser “útil” de imediato, mas faz a gente repensar o mundo e, no caso, o vestir.
Os estilistas usam exagero, fantasia e até um toque de “e se…?” para falar de temas sociais, ambientais, tecnológicos ou simplesmente para brincar com o que conhecemos como roupa. E adivinha? Aquilo que parece impossível hoje, amanhã vira detalhe de tendência.
Aquele vestido alegórico da passarela? Pode virar a manga bufante da sua próxima blusa. O look futurista cheio de brilhos metálicos? Logo aparece traduzido em cores que dominam as vitrines. A moda conceitual funciona como um grande laboratório: exagera agora para a gente usar depois.
E no meio disso tudo, fica uma provocação: por que não usar algo inusitado na rua? Quem decidiu o que é “aceitável” vestir? Esse jogo de desafiar padrões é justamente o que mantém a moda viva e divertida.
Então, da próxima vez que alguém perguntar “mas quem vai usar isso na rua?”, a resposta pode ser: todo mundo, em algum momento, de alguma forma. Porque a moda conceitual pode até parecer distante, mas dela que a moda comercial bebe para se reinventar e continuar dialogando com a sociedade.
Paula Dariva
1 Comentário:
👏👏👏👏👏👏