- O tempo sereno de Mujica diante da morte
José Mujica enfrenta a fase final da vida como sempre enfrentou a política: com dignidade, sem espetáculo e fiel a si mesmo. Em estágio terminal de um câncer, recusou tratamentos agressivos e optou por cuidados paliativos. Sua companheira de longa data, Lucía Topolanski, tem garantido que ele viva esse momento com serenidade e simplicidade, marcas de toda a sua trajetória, do cárcere à presidência.
Num tempo de políticos performáticos e discursos vazios, Pepe é o silêncio que ainda diz muito. O homem que doava quase todo o salário, morava numa chácara e dirigia um Fusca tornou-se símbolo de uma política que já parece fora de época: ética, coerente, sem maquiagem. Governou sem precisar parecer poderoso. E saiu do poder como entrou, inteiro.
Mujica não será lembrado apenas pelo que fez, mas por quem é. Mesmo agora, em reclusão, continua a inspirar pela coerência rara em tempos de vaidade e autopromoção. Sua vida segue sendo um recado firme: ainda é possível viver a política como serviço, e não como palco. Enquanto o mundo barulhento grita, Pepe resiste em silêncio como o último rebelde.
- Com ida de Eduardo Leite ao PSD, mapa político gaúcho começa a se redesenhar para 2026
O governador Eduardo Leite oficializou sua filiação ao PSD, dando início a uma reconfiguração política no Rio Grande do Sul com vistas às eleições de 2026. A movimentação pode provocar uma migração em bloco de deputados estaduais e federais, inflando a bancada do PSD, que hoje tem pouca representação no Estado. Nomes como Nadine Anflor, Lucas Redecker e Daniel Trzeciak já demonstram interesse, embora haja cautela, especialmente pela participação do PSD no governo Lula. A fusão entre PSDB e Podemos pode facilitar as trocas partidárias, mesmo antes da janela oficial de 2026. Enquanto isso, o União Brasil também vive tensão interna, e seus deputados cogitam migrar para o Republicanos, que pode se tornar a maior bancada da base aliada se confirmar essas adesões. A movimentação é estratégica para garantir espaço no governo de continuidade, liderado por Gabriel Souza (MDB).
- Ex-prefeita Fátima Daudt é nomeada secretária executiva para assuntos federativos
O prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo (MDB), anunciou em Brasília a nomeação da ex-prefeita de Novo Hamburgo, Fátima Daudt (MDB), como secretária executiva para Assuntos Federativos. Ela irá chefiar o Escritório de Representação da capital no Distrito Federal, com a missão de articular recursos, acompanhar emendas e tratar de demandas da prefeitura junto ao governo federal. Arquiteta e urbanista, Fátima tem experiência em gestão pública e entidades empresariais. Até quarta-feira, ela acompanha Melo em agendas sobre a reforma tributária e outros temas estratégicos.
- Comandante da Marinha, Almirante Olsen assume Ministério da Defesa interinamente
O almirante de esquadra Marcos Sampaio Olsen, atual comandante da Marinha do Brasil, assumirá interinamente o Ministério da Defesa entre 12 e 18 de maio, enquanto o titular da pasta, José Múcio Monteiro, está em férias. A nomeação foi formalizada por uma portaria publicada no Diário Oficial da União. Olsen, que assumiu o comando da Marinha em janeiro de 2023, foi responsável por uma polêmica no final de 2023 com um vídeo institucional que comparava a carreira militar à vida civil, o qual foi retirado do ar após gerar desconforto no governo, especialmente devido aos cortes nos gastos públicos defendidos por ministros como Fernando Haddad.
- Silas Malafaia Defende Michelle Bolsonaro como candidata à Presidência em 2026
O pastor Silas Malafaia sugeriu, no último domingo (11), que a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL) seja a candidata à presidência em 2026. Ele afirmou que ela é o nome “mais bem avaliado na pesquisa depois de Bolsonaro”, destacando que ela uniria votos de bolsonaristas, direitistas, mulheres e evangélicos. Essa declaração ocorreu em resposta a Michel Temer, que havia defendido uma aliança de governadores de direita para uma candidatura única. Jair Bolsonaro, embora inelegível até 2030, também já mencionou a possibilidade de sua esposa concorrer, colocando-o como ministro da Casa Civil. As pesquisas indicam Michelle e Tarcísio de Freitas como principais nomes para 2026 na ausência de Bolsonaro, embora ambos ainda não confirmem suas candidaturas.
- Prazo para regularizar título de eleitor está próximo de encerrar e 5 milhões de eleitores podem ter documento cancelado
O prazo para regularizar o título de eleitor termina na próxima segunda-feira (19). Segundo o TSE, cerca de 5 milhões de pessoas ainda têm pendências com a Justiça Eleitoral e podem ter o documento cancelado. Desde 7 de março, mais de 111 mil eleitores buscaram a regularização. O título cancelado impede o exercício de direitos como votar, assumir cargos públicos e obter documentos como passaporte e CPF. A regularização pode ser feita online pelos sites do TSE e TREs, pelo app e-Título ou presencialmente em cartórios eleitorais. A regra não se aplica a eleitores facultativos, pessoas com deficiência impeditiva para votar e casos de justificativa aceita. Quem estava no exterior pode justificar a ausência em até 60 dias após o turno ou 30 dias após retornar ao Brasil.
- PT lança curso para estreitar laços com evangélicos em meio à rejeição ao governo Lula
O Partido dos Trabalhadores (PT) está oferecendo um curso online para melhorar a comunicação e a aproximação com a comunidade evangélica, grupo que tem forte rejeição ao governo de Luiz Inácio Lula da Silva. Organizado pela Fundação Perseu Abramo, o curso, intitulado “Fé e democracia para militância evangélica brasileira”, busca formar militantes do PT e líderes evangélicos, abordando temas como fé, política, justiça social, diálogo com os evangélicos, combate à desinformação e mobilização cidadã. A rejeição dos evangélicos ao governo Lula, de 48%, motivou o PT a investir em ações de aproximação, incluindo o mapeamento de lideranças evangélicas para ocupar cargos no partido.
- Exército é recomendado a adotar medidas de acolhimento para pessoas LGBTQIA+ no serviço militar
A Defensoria Pública da União (DPU) enviou uma recomendação ao Exército Brasileiro para a criação de protocolos específicos de acolhimento à população LGBTQIA+ no serviço militar, motivada por denúncias de discriminação contra um jovem transgênero em Maceió (AL). O Exército tem 15 dias para responder à recomendação.
O documento destaca a ausência de diretrizes para o atendimento de pessoas trans no alistamento e na emissão da carteira de reservista. A DPU também propõe a criação de canais de denúncia, regulamentação dos exames físicos com garantias de privacidade e a possibilidade de escolha do gênero do profissional responsável pela avaliação.
A recomendação ocorre após um incidente em que um jovem trans foi obrigado a se despir na presença de outros homens durante a avaliação física, desrespeitando diretrizes do Exército. A DPU exige que o Exército adote práticas que garantam o respeito à identidade de gênero, reforçando que o tratamento igualitário é um direito fundamental.
- Mais de R$ 5 bilhões: operação no INSS gera maior repercussão digital do ano
O escândalo bilionário de descontos indevidos em aposentadorias e pensões do INSS, revelado pela Operação Sem Desconto em 23 de abril, tornou-se o tema político mais discutido em grupos públicos de aplicativos de mensagens, superando outros assuntos de grande impacto. Segundo pesquisa da Quaest, o caso gerou cerca de 3,6 milhões de mensagens entre 21 de abril e 7 de maio, alcançando em média 818 mil pessoas por dia. A investigação aponta um possível desvio de até R$ 5,9 bilhões entre 2019 e 2024. O conteúdo foi impulsionado por três momentos-chave e intensificado por vídeos do deputado Nikolas Ferreira (PL-MG). A análise de sentimentos revelou que 50% das mensagens eram críticas ao governo, reforçando o desgaste político causado pelo episódio.








