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Não é a hora de uma moção de repúdio. Por isso, meu voto é não

Na Câmara de Vereadores de Santa Maria, temos vivido dias de intenso trabalho e dedicação em prol da transparência e da justiça. Como vice-presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga questões envolvendo a Companhia Riograndense de Saneamento,Corsan, venho a público justificar de forma clara, serena e firme o motivo pelo qual votei contra a moção de repúdio proposta recentemente.

A moção em questão foi apresentada pelo próprio presidente da CPI, o mesmo que coordena os rumos e os critérios da investigação. Isso, por si só, já levanta um alerta institucional e ético: como é possível conduzir uma investigação séria e imparcial quando o julgamento é antecipado por quem tem a responsabilidade de zelar pelo equilíbrio do processo?

Estamos nos momentos finais da CPI, restando apenas ouvir algumas entidades fundamentais, entre elas, a própria Corsan. Antecipar um julgamento por meio de uma moção de repúdio é desrespeitar o rito legítimo da apuração parlamentar. É como entregar uma sentença antes de ouvir a defesa. Isso não apenas compromete a credibilidade do relatório final, como também pode invalidar o esforço coletivo dos vereadores, técnicos e servidores da Casa Legislativa envolvidos até aqui.

Não podemos permitir que a CPI seja transformada em palco de manifestações políticas unilaterais que enfraquecem a seriedade do processo investigativo. A responsabilidade de uma CPI é reunir evidências, garantir o contraditório e, ao fim, apresentar um parecer técnico, embasado e respeitoso com o devido processo legal. Quando antecipamos conclusões por meio de uma moção de repúdio, comprometemos todo esse processo. Enfraquecemos a confiança da população e, pior, desvalorizamos o tempo e a energia que poderiam estar sendo aplicados em outras frentes igualmente urgentes para nossa cidade.

Portanto, reafirmo com serenidade: não é o momento de votar uma moção de repúdio. É o momento de concluir a CPI com responsabilidade, escutar todos os lados e só então, com base em dados e testemunhos, apresentar as conclusões cabíveis. Meu voto é não, por convicção, por respeito ao processo e por compromisso com Santa Maria.

Redação enFoco

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