O cinema brasileiro viveu um momento histórico no Festival de Cannes 2025. Wagner Moura se tornou o primeiro brasileiro a vencer o prêmio de Melhor Ator na história do festival, pelo papel de Marcelo em O Agente Secreto. Dirigido por Kleber Mendonça Filho, o longa também levou Melhor Direção, consagrando o cineasta que já é veterano em Cannes.
A expectativa pela premiação crescia desde a estreia, em 18 de maio, quando o filme foi ovacionado por mais de dez minutos. Ambientado no Recife de 1977, em plena ditadura militar, o filme narra o retorno de um especialista em tecnologia à sua cidade natal — e os segredos perigosos que encontra por lá. Moura entrega uma performance densa e eletrizante, celebrada por veículos como a Variety e a BBC, que apontaram o longa como um forte candidato ao Oscar.
Além dos prêmios principais, O Agente Secreto conquistou o prêmio da Fipresci, a principal associação de críticos de cinema do mundo, e saiu de Cannes com acordos de distribuição já fechados com gigantes como Neon (EUA) e Mubi (Reino Unido, Índia e América Latina).

A presença brasileira em Cannes teve ainda um momento de pura celebração cultural: a comitiva do filme levou frevo para a Croisette, com a Orquestra Popular do Recife e o grupo Guerreiros do Passo animando o tapete vermelho ao lado do elenco. A ação viralizou nas redes sociais e mostrou a potência da estratégia de divulgação do longa, que une cinema autoral com apelo popular.
Com esse feito inédito, Wagner Moura e Kleber Mendonça Filho reafirmam o lugar do Brasil no centro do cinema mundial, com arte, política, cultura e representatividade.
Premiações recebidas por “O Agente Secreto”:
- Prêmio da Crítica
- Prêmio Art et Essai
- Melhor Direção — Kleber Mendonça Filho
- Melhor Interpretação Masculina — Wagner Moura
Além de Moura, o elenco traz nomes como Maria Fernanda Cândido, Gabriel Leone, Isabél Zuaa e Alice Carvalho, reunindo diferentes gerações e talentos do audiovisual brasileiro.
A consagração de O Agente Secreto reafirma o prestígio internacional de Kleber Mendonça Filho, já reconhecido por obras como Aquarius e Bacurau, e marca o retorno impactante de Wagner Moura ao cinema nacional. Os prêmios reforçam o vigor do cinema brasileiro mesmo em contextos de desafios sociais e políticos, além de ampliar a visibilidade internacional das produções feitas no país.