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O Empreendedorismo não é sobre negócios frios

Vivemos um momento em que o empreendedorismo feminino se reinventa a partir da premissa: unir inteligência empreendedora e profundo autoconhecimento para gerar projetos com impacto e propósito. Esse novo olhar sobre o feminino nos convida a reconhecer talentos antes subestimados, a celebrar nossa força coletiva e a trilhar caminhos onde razão e emoção caminham lado a lado.

De acordo com o relatório Global Entrepreneurship Monitor 2022, a taxa de atividade empreendedora feminina cresceu expressivamente, reflexo de maior acesso a redes de mentoria, tecnologia e capacitação contínua. Entretanto, o verdadeiro diferencial está no entrelaçamento entre o plano de negócios e a jornada interior: enquanto a análise de mercado orienta decisões estratégicas, o autoconhecimento fortalece a resiliência diante das crises e alimenta a criatividade,  ingredientes decisivos para a longevidade de qualquer empreendimento.

É nesse entrelaçar de mundos que se insere o olhar terapêutico para os negócios, onde não há mais espaço para empreendimentos frios, mas sim para uma atuação consciente. Passamos a valorizar as polaridades do feminino e do masculino como forças complementares e essenciais à liderança.

Ao trazer a visão sistêmica para os negócios, ressignificamos culpas ancestrais, ampliamos a consciência sobre atitudes automáticas, e enfrentamos crenças limitantes que nos impedem de crescer. A nova forma de empreender no feminino permite que cada mulher descubra seu potencial genuíno, se inspire em outras mulheres e aprenda com elas, reforçando que permitir-se sentir, expressar e ser vulnerável não enfraquece: fortalece.

Essa postura conecta empreendedoras a clientes, sócias e comunidades, gerando ambientes de trabalho mais saudáveis e produtivos. Acolher as emoções como bússola estratégica nos permite acessar feridas internas e, com isso, criar com mais liberdade e profundidade.

Hoje, rompe-se o paradigma da competição entre mulheres, dando lugar a uma aliança intencional baseada em empatia e fortalecimento mútuo. A sororidade, palavra muito usada, mas nem sempre colocada em prática, se manifesta quando compartilhamos vulnerabilidades, celebramos pequenas conquistas e dividimos estratégias de gestão.

Além das redes formais, cresce o movimento de círculos de conversa inspirados em práticas ancestrais, afinal, antigamente, curávamos em roda. Esse formato cria confiança genuína e permite que ideias floresçam e parcerias nasçam. A sororidade, nesse contexto, se torna combustível para transformar dores em projetos de impacto. Estudos apontam que projetos com estrutura colaborativa têm até 30% mais chances de sustentabilidade a longo prazo.

Quando uma empreendedora compartilha seus desafios, seja com gestão do tempo, crises de confiança ou conflitos internos, outras trazem perspectivas complementares, criando soluções coletivas. Muitas vezes, isso se traduz em novos produtos, serviços ou simplesmente no alívio de saber que não estamos sozinhas.

Esse caminhar juntas,  onde uma abre portas para outra, onde não existe o “primeiro lugar”, apenas o nosso lugar, transcende o networking. Gera um novo comportamento de criar relações genuínas, onde indicações surgem de forma orgânica e verdadeira. Assim, criamos um ecossistema onde criatividade e solidariedade impulsionam o empreendedorismo feminino a novos patamares.

Dados do SEBRAE revelam que empresas lideradas por mulheres ainda são minoria, mas apresentam melhores indicadores de sustentabilidade social e ambiental. Essa liderança, ancorada em propósito, mostra que o sucesso financeiro pode, e deve vir de práticas que valorizam o ser humano.

Competências como inteligência emocional, visão sistêmica e ética empreendedora se fortalecem mutuamente, provando que lucro e legado podem florescer lado a lado. É nesse espírito que o movimento Empreendedorismo e Elas vem ganhando força diariamente.

Quero deixar aqui um convite: permita-se experienciar esse novo feminino integrado. Fortaleça seu eu interior por meio de vivências de autoconhecimento, participe de movimentos que têm como base o apoio mútuo e aplique aprendizados terapêuticos e de gestão feminina em seus negócios,  como o movimento Empreendedorismo e Elas.

Que cada mulher reconheça sua singularidade, exerça sua liderança com coragem, como propõe Brené Brown ao afirmar que a vulnerabilidade é a base da verdadeira conexão,  e inspire outras mulheres a caminhar lado a lado, rumo a um futuro de prosperidade compartilhada.

O empreendedorismo feminino se refaz quando unimos técnica e sensibilidade, estratégia e acolhimento, empreendimento e transformação pessoal. Sigamos juntas, de mãos dadas e corações alinhados, reescrevendo a história da liderança no feminino, intensa, colaborativa e profundamente livre.

E que estejamos atentas: nem todo grupo de mulheres compartilha esse olhar. Muitas vezes, vemos discursos de união que, na prática, ainda reforçam rivalidades, caixas e julgamentos. Por isso, finalizo com uma reflexão:

Qual semente você deseja plantar hoje quanto ao feminino, para que as próximas gerações possam colher?

Tudo é sobre legado. Mas isso é papo para uma próxima coluna.

Até a próxima! 

Coluna por: Michelle Kulakowski

Reinaldo Guidolin

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