O Brasil é uma das maiores potências agropecuárias do mundo, mas sua posição de destaque está ameaçada pelos efeitos crescentes da crise climática. O aquecimento global e as alterações nos padrões climáticos têm impactado diretamente a produção de grãos, café, cana-de-açúcar e diversas outras culturas essenciais para a economia nacional. No Rio Grande do Sul, onde a agricultura desempenha papel fundamental, os extremos climáticos já estão deixando marcas profundas.
O Rio Grande do Sul tem sido fortemente impactado pelas mudanças climáticas, e a região central do estado, onde a agropecuária é um dos pilares econômicos, está no centro dessa crise. Entre estiagens severas, chuvas excessivas e ondas de calor extremo, os produtores rurais enfrentam desafios cada vez maiores para manter suas lavouras e rebanhos. A instabilidade climática não é mais um fenômeno isolado, mas uma nova realidade que exige adaptação urgente.
Nos últimos anos, a região central do estado tem sofrido com estiagens severas que comprometem a produção de grãos, especialmente soja e milho. O período de seca entre 2022 e 2023 foi um dos mais graves da história recente, com perdas que chegaram a 50% em algumas propriedades. Para complementar, na sequência do desastre das enchentes de 2024, uma forte estiagem mais uma vez se abateu sobre os gaúchos impactando diretamente nos setores agrícolas e pecuária e, a falta de chuvas em momentos cruciais do ciclo das lavouras afeta a germinação e reduz drasticamente a produtividade, tornando a atividade agrícola um risco crescente para os produtores.
Se por um lado a seca castiga, por outro, o excesso de chuvas também tem sido uma ameaça. As enchentes de abril e maio de 2024 devastaram áreas produtivas em diversas cidades da região central, alagando lavouras e comprometendo o solo. O excesso de umidade também favorece o aparecimento de doenças nas plantas, elevando os custos de produção com defensivos e comprometendo a qualidade das safras.
Outro grande ponto de destaque é que o ano de 2024 foi o mais quente já registrado. Tal recorde não é sinônimo de alegria, mas sim de grande preocupação, e como exemplo disso, o evento climático extremo que atingiu o Rio Grande do Sul nos meses citados, com a maior chuva da história do Estado tal como a maior catástrofe pelas chuvas em abrangência até hoje no Brasil. Foram mais de 1000mm em Santa Maria apenas entre a segunda quinzena de abril e maio, equivalente a 66% da média ANUAL de chuva.
E, falando em temperaturas e eventos extremos, ondas de calor excessivo têm afetado tanto a produtividade agrícola quanto a pecuária. Em janeiro de 2024, Santa Maria e regiões vizinhas registraram sensação térmica de quase 54°C, um recorde histórico. Essas temperaturas elevadas impactam diretamente a saúde do gado leiteiro e de corte, reduzindo a produção de leite e afetando o desenvolvimento dos animais. A escassez de pastagens devido à seca agrava ainda mais a situação, tornando necessária a suplementação alimentar, o que encarece a atividade.
Diante desses desafios, produtores e pesquisadores têm buscado soluções para mitigar os impactos das mudanças climáticas. Práticas como rotação de culturas, manejo adequado do solo, uso de sementes mais resistentes e sistemas de irrigação eficientes são algumas das alternativas adotadas para minimizar as perdas e é urgente a adoção de estratégias para mitigar os impactos das mudanças climáticas.
Pra finalizar, destaco, além de dados locais, dados de uma pesquisa da NASA, onde, recentemente identificou que o nível dos oceanos está subindo em um ritmo acelerado desde 1993, com uma elevação de 10cm. Essa condição trará ameaças aos ecossistemas costeiros bem como influenciará na infraestrutura de grandes cidades e culturas mundiais.
A crise climática não é um problema para o futuro, mas uma realidade que já está transformando a economia e a produção agropecuária da região central do Rio Grande do Sul, do Brasil e do mundo. Cabe a todos, do setor produtivo ao governo, agir agora para garantir que a agropecuária regional continue sendo viável diante de um clima cada vez mais imprevisível. Sem ação imediata, os impactos das mudanças climáticas podem comprometer a segurança alimentar e a economia brasileira no futuro.
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