A obesidade canina tem se tornado uma preocupação crescente nas clínicas veterinárias. Um dos principais vilões? O hábito de oferecer restos de comida aos pets. Embora muitos tutores acreditem estar agradando seus cães com petiscos de “comida de gente”, o que acabam promovendo é um desequilíbrio nutricional e calórico perigoso.
A alimentação descontrolada e o fornecimento de alimentos ricos em gordura, sal e condimentos não só provocam ganho de peso excessivo, como também aumentam os riscos de diversas doenças. Ao contrário do que muitos pensam, os cães têm necessidades calóricas bem definidas, de acordo com o porte, idade e nível de atividade. Ignorar essas necessidades significa colocar a saúde do animal em risco.
Entre as doenças mais comuns associadas à obesidade estão a Doença do Disco Intervertebral (DDIV), que pode causar dor intensa, dificuldade de locomoção e até paralisia. O excesso de peso sobrecarrega a coluna e agrava predisposições já existentes.
Outro problema frequente é a displasia coxofemoral, uma má formação da articulação do quadril, bastante comum em cães de médio e grande porte. O sobrepeso agrava o quadro, acelerando o desgaste das articulações e intensificando a dor.
Não podemos esquecer da luxação de patela, especialmente presente em raças pequenas. O peso extra aumenta o esforço sobre os joelhos, facilitando deslocamentos da patela e limitando ainda mais a mobilidade do animal.
Além das questões ortopédicas, a obesidade também predispõe os cães a problemas cardíacos, diabetes e dificuldades respiratórias.
A boa notícia é que a obesidade é, na maioria das vezes, prevenível e tratável. Cabe ao tutor fornecer uma dieta balanceada, controlar as porções, evitar petiscos calóricos e estimular a prática de atividades físicas.
O cuidado começa no pote de ração e passa pela conscientização de que amor não se mede em pedaços de comida. Saúde e qualidade de vida andam de mãos dadas – e seu cão merece as duas.
