Foto: Jonathan Heckler
O ex-ministro Onyx Lorenzoni oficializou sua filiação ao Progressistas na tarde desta segunda-feira (16), em ato realizado em Porto Alegre. Ele deixa o PL, partido pelo qual concorreu ao governo do Estado em 2022, e ingressa no PP com discurso de união da direita e expectativa de protagonismo nas eleições de 2026.
Sem discursar durante o evento, Onyx falou à imprensa e defendeu a necessidade de “um novo ciclo para o Rio Grande do Sul”. Ele também evitou comentar sobre a relação conturbada com lideranças do antigo partido, mas pregou humildade e união: “A centro-direita brasileira tem que estar unida para retomar o Brasil e o Rio Grande do Sul”.
A filiação de Onyx ao PP vinha sendo costurada desde o fim de 2024, com apoio de nomes como o presidente nacional da sigla, Ciro Nogueira, e a senadora Tereza Cristina. A decisão foi selada no último dia 11, após encontro com o ex-presidente Jair Bolsonaro, de quem recebeu sinal verde para a mudança.
Embora tenha sido anunciado como pré-candidato a deputado federal, Onyx afirmou que não há imposições em sua chegada ao partido e que está à disposição da legenda para “construir um novo projeto” no Estado. Nos bastidores, o movimento é visto como parte da articulação do PP para disputar com força o Palácio Piratini.
A agenda de Onyx deve se intensificar a partir de agosto, com viagens pelo Interior do Estado. O objetivo é participar da elaboração do plano de governo da federação União Progressista, da qual o PP faz parte. O documento deve ser lançado até o fim do ano. Antes disso, o ex-ministro cumpre compromissos pessoais no exterior, incluindo palestras em Portugal e encontros com partidos da direita europeia.
A chegada de Onyx ao Progressistas também deve influenciar outros movimentos políticos. O partido negocia a filiação do deputado estadual Rodrigo Lorenzoni (PL), filho do ex-ministro. O parlamentar aguarda carta de anuência do presidente nacional do PL, Valdemar da Costa Neto, para formalizar a saída da legenda.
Outra possível adesão é a da deputada federal Any Ortiz (Cidadania). A parlamentar tem sido cortejada para reforçar a presença do PP na Capital e, segundo o presidente estadual da sigla, Covatti Filho, as conversas estão em fase avançada: “O namoro está prestes a virar casamento”. Com estas adesões, a expectativa do partido é eleger uma bancada de até seis deputados federais, o que na prática dobraria o número atual que é de três.
A ordem no Palácio Piratini é clara: evitar votações polêmicas na Assembleia Legislativa até o fim do mandato de Eduardo Leite (PSDB). A estratégia é preservar a base aliada e manter o grupo coeso em torno da pré-candidatura do vice-governador Gabriel Souza (MDB) à sucessão em 2026. Com isso, o governo quer chegar ao pleito sem fissuras internas nem embates desnecessários.
Na agenda do Executivo até o fim do ano estão apenas três propostas: a Lei de Diretrizes Orçamentárias, o Orçamento de 2026 e o projeto do Propag, condicionado à renegociação da dívida com a União. A tendência é de um 2025 igualmente discreto no Legislativo, sem iniciativas que possam gerar desgaste político.
Embora tenha mantido volume semelhante de proposições ao primeiro mandato, 122 projetos contra 131, o segundo governo Leite se notabilizou pela baixa complexidade das matérias. Diferentemente da gestão anterior, que aprovou reformas estruturais e privatizações, a principal votação de impacto neste ciclo foi a reestruturação do IPE Saúde.
A oposição critica o recuo reformista. O líder do PT na Assembleia, Miguel Rossetto (PT), acusa o governo de não cumprir os mínimos constitucionais em saúde e educação e aponta um déficit de R$ 3,6 bilhões na LDO de 2026. Já o líder do governo, Frederico Antunes (PP), afirma que as reformas já feitas permitiram ajuste fiscal e foco na reconstrução pós-enchentes.
Governo do Estado e Ministério Público estão próximos de firmar um acordo que garantirá, sem disputas judiciais, o cumprimento da exigência constitucional de investir 12% do orçamento gaúcho em saúde. O entendimento, que deve ser assinado até o início de julho, prevê aumentos anuais progressivos até atingir o percentual mínimo. O principal entrave é o prazo: enquanto o governo propôs 2031, o MP insiste em antecipar a meta para 2029.
A promotora Gislaine Luckmann, responsável pelas tratativas, também cobra que os valores sejam destinados diretamente ao Fundo Estadual da Saúde, e não a uma conta do Executivo, para ampliar a transparência. Outro ponto de impasse é a dívida histórica de 2006, estimada em R$ 1,6 bilhão, que o MP quer ver incorporada ao acordo, com início de pagamento após a meta de 12% ser alcançada.
O pacto interessa às duas partes: além de resolver disputas judiciais, libera o caminho para o governo Eduardo Leite viabilizar o programa SUS Gaúcho, anunciado como grande aposta para a área da saúde. O plano depende de um aporte de R$ 1 bilhão até 2026, sendo R$ 250 milhões já no ano que vem. A execução do programa, no entanto, só começará após o acerto com o MP.
Hoje, o Estado contabiliza 12% ao incluir gastos controversos como a contribuição patronal do IPE Saúde, prática validada pelo TCE, mas contestada pelo MP, que afirma que os investimentos reais giram em torno de 9,3%. Com o acordo, o governo assumirá o compromisso formal de destinar 14,5% à saúde: 12% em investimentos diretos e 2,5% com despesas questionadas.
O deputado federal Aécio Neves (PSDB-MG) anunciou que o PSDB desistiu da fusão com o Podemos, apesar de a negociação estar avançada. O impasse ocorreu por divergências sobre o comando do novo partido: o PSDB propôs um sistema de rodízio na presidência até 2028, enquanto o Podemos exigiu que a deputada Renata Abreu (Podemos-SP) assumisse a presidência nos primeiros quatro anos. O Podemos não se manifestou sobre o assunto.
O ministro Alexandre de Moraes, do STF, mandou soltar o ex-ministro do Turismo Gilson Machado, preso preventivamente por suspeita de tentar ajudar Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, a fugir do Brasil. Segundo a PF e a PGR, Machado teria buscado um passaporte português para Cid. A prisão foi revogada por Moraes após diligências da PF, sendo substituída por medidas cautelares. O caso segue sob investigação sigilosa no STF. Machado nega as acusações e afirma que buscava renovar o passaporte do pai. A PGR vê forte indício de tentativa de fuga por parte de Cid com ajuda de Machado.
O Supremo Tribunal Federal (STF) concluiu os interrogatórios dos oito réus acusados de tentativa de golpe de Estado, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Com isso, o ministro Alexandre de Moraes abriu prazo para que a acusação e as defesas apresentem pedidos complementares, como novas provas, perícias e acareações. Moraes também revogou a medida cautelar que proibia os réus de se comunicarem.
Encerrada a fase de instrução, o processo segue para as alegações finais da Procuradoria-Geral da República (PGR) e das defesas. Após essa etapa, o julgamento será agendado pela Primeira Turma do STF. Se houver condenações, as penas serão definidas com base na dosimetria penal.
Após 12 anos, o PT retoma o Processo de Eleição Direta (PED) para escolha de seus dirigentes municipais, estaduais e nacional. O processo envolve debates em cinco capitais, com destaque para o realizado em Porto Alegre, onde os quatro candidatos à presidência nacional da sigla: Edinho Silva, Romênio Pereira, Rui Falcão e Valter Pomar — apresentaram suas propostas.
Entre os temas comuns aos postulantes estão o apoio à causa palestina e críticas a Israel, além da defesa da reeleição de Lula. Edinho, alinhado ao presidente, propõe um PT mais pragmático e de alianças amplas. Romênio quer um partido menos centrado em São Paulo e com mais atenção às pequenas cidades e à luta socialista. Falcão valoriza a militância e alerta para os desafios no Congresso, pedindo mobilização popular. Já Pomar critica o pragmatismo e defende um retorno à esquerda mais radical e ao socialismo, sendo o mais autocrítico entre os candidatos.
O debate marca um momento de reorganização interna e reflexão ideológica para o partido.
A Câmara dos Deputados pode votar nesta segunda-feira (16) o projeto de lei que aumenta as penas para o abandono de pessoas com deficiência em instituições de saúde, se isso resultar em lesão grave ou morte. A proposta, originada no PL 4626/20, já aprovada para idosos, prevê penas de até 14 anos de reclusão.
Outras pautas da semana incluem:
O MDB do Rio Grande do Sul lançou oficialmente a pré-candidatura do vice-governador Gabriel Souza ao governo estadual para as eleições de 2026, em evento com cerca de 500 filiados em Campo Bom. A iniciativa faz parte da série “Pelo Rio Grande – Para continuar fazendo história”, que visitará 10 macrorregiões do interior e culminará em um Congresso Estadual no final do ano em Porto Alegre. O presidente estadual do partido, Vilmar Zanchin, destacou a força do MDB para a disputa e o objetivo de ampliar a bancada na Assembleia Legislativa e na Câmara dos Deputados. O ex-senador Pedro Simon elogiou Gabriel como um candidato de primeira grandeza. Gabriel Souza defendeu a gestão atual de Eduardo Leite, ressaltando o compromisso com políticas sociais que combatem a desigualdade. Atualmente, o MDB tem seis deputados estaduais (uma a menos que na legislatura anterior) e elegeu três deputados federais, mas perdeu um com a saída de Osmar Terra, que deve assinar ficha no PL.
Na noite de domingo (15), o vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ) indicou, em uma publicação, que está considerando disputar outro cargo público, possivelmente no Rio de Janeiro ou em outro estado, para contribuir com o projeto político liderado por seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A informação é de que Bolsonaro teria conversado com a deputada Julia Zanatta (PL-SC) sobre a possibilidade de lançar Carlos como candidato ao Senado pelo estado de Santa Catarina.
Eduardo Bolsonaro, irmão de Carlos, manifestou apoio público à candidatura do irmão nas redes sociais, mesmo sendo ele próprio cotado para o Senado e atualmente nos Estados Unidos. A estratégia do PL para as eleições de 2026 é formar a maior bancada do Senado, apoiando candidatos de direita e centro que adotem postura crítica ao Supremo Tribunal Federal (STF), conforme diretrizes estabelecidas pelo ex-presidente.
O governo do Rio Grande do Sul vai destinar recursos para o desfile da escola de samba Portela, no Carnaval de 2026, cujo enredo exaltará a negritude gaúcha. A parceria institucional será formalizada nos próximos dias pelas secretarias de Justiça, Cidadania e Direitos Humanos (SJCDH) e de Inclusão Digital e Apoio às Políticas de Equidade (Seidape). Além do aporte financeiro, cujo valor ainda está em definição, o Estado atuará como articulador entre a agremiação carioca, lideranças negras e empresas locais, com vistas à captação de patrocínios via Lei Rouanet.
Segundo o Palácio Piratini, a proposta partiu da própria Portela e tem como objetivo dar visibilidade à contribuição afro-gaúcha na formação cultural do país. A escolha do tema, segundo o governo, também dialoga com dados do Censo 2022, que apontam o RS como o Estado com maior proporção de adeptos de religiões de matriz africana. O Executivo avalia que a presença no maior espetáculo popular do mundo representa uma oportunidade de valorizar histórias, personagens e tradições ainda pouco reconhecidas no imaginário nacional.
Anunciado na sexta-feira (13), o enredo da Portela para 2026 será “O mistério do Príncipe Bará: a oração do Negrinho e a ressurreição de sua coroa sob o céu aberto do Rio Grande”. A figura central será Príncipe Custódio, líder religioso de origem africana que chegou a Porto Alegre no início do século 20 e teve papel decisivo na consolidação das religiões de matriz africana no RS.
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