“Santa Maria não vai parar”, garantiu o prefeito Rodrigo Décimo (PSDB) em entrevista à Rádio CDN, dias após publicar um decreto que aprofunda o estrangulamento dos recursos públicos, já iniciado em março, com o bloqueio de 50% do orçamento para este ano. Por outro lado, parte do funcionalismo já contraria essa afirmação. Antes mesmo do anúncio da medida, o Sindicato dos Professores Municipais (SINPROSM), em assembleia geral do dia 24/07, aprovou a realização de paralisações semanais nas escolas, a começarem na próxima quarta-feira (06/08).
Já o Movimento Municipários em Luta, que reúne servidoras e servidores de diferentes setores da administração municipal, reagiu ao decreto convocando uma plenária para esta segunda, às 18h00 no Clube Comercial, para preparar a mobilização contra as medidas de ajuste fiscal. Ambos os movimentos também criticaram o discurso chantagista do Executivo que condiciona o reajuste salarial do funcionalismo, bem como a abertura de novos concursos públicos, à aprovação de uma Reforma Previdenciária, que tende a retirar direitos históricos das categorias.
Esse é o caminho para a construção do enfrentamento à retirada de direitos que Rodrigo Décimo e Lúcia Madruga preparam para os servidores. Hoje, o governo tem maioria na Câmara de Vereadores, o que desenha um cenário tranquilo para a aprovação da Reforma e de qualquer outro ataque ao povo trabalhador, o alvo preferencial das políticas neoliberais que são a marca dos governos tucanos. A única alternativa, portanto, é apostar na mobilização e exercer o máximo possível de pressão política sobre o conjunto dos vereadores.
Ainda que não tenha sequer chegado à Câmara ou apresentado aos servidores, tudo indica que esta proposta de Reforma seja o maior ataque aos direitos do funcionalismo público em muitos anos. Por mais difícil que seja a batalha que se avizinha, os trabalhadores e trabalhadoras já deram repetidas provas da sua disposição de luta e capacidade de organização, através de atos de rua com grande participação e assembleias lotadas.
Já dissemos repetidas vezes, seja na tribuna da Câmara, seja neste espaço, que essa conta não é das servidoras e dos servidores, mas que o rombo de mais de R$ 90 milhões nas contas do Município são responsabilidade direta dos quase dez anos de governo do PSDB que, apesar de reproduzir um discurso de austeridade acima de tudo e de todos, e de gestão que cabe mais na boca de CEOs de empresas privadas do que de políticos e com o qual não concordamos, aparentemente não foi capaz de seguir a própria cartilha, talvez pela necessidade de seguir um outro preceito da política tradicional: a reeleição a qualquer preço. Neste caso, milionário.
Assim como nosso mandato esteve acompanhando a última assembleia das professoras e dos professores que deliberou pelas paralisações semanais, estaremos presentes hoje à noite na plenária de municipários, nos colocando mais uma vez à disposição, não apenas para fazer todo o enfrentamento possível a qualquer ataque da Prefeitura que chegue à Câmara de Vereadores, como principalmente para estar, ao lado do conjunto da militância do PSOL, nas ruas travando essa luta necessária por nenhum direito a menos. O governo aposta na chantagem e no recrudescimento da lógica fiscalista, os servidores, porém, apostam na mobilização, e é com eles que estamos.
1 Comentário:
O que esse governo quer fazer com os servidores do Município. Não. Vamos aceitar calados ele tirando nossos direitos, nos adoecendo vendo o pouco que temos indo ralo abaixo. Nós desmotivando e deixando a população sem receber um atendimento digno.
Em breve além da falta de medicamentos, postos de saúde em condições precárias, uniformes que não chegam para os alunos, também vamos ter que suportar a falta de merenda para as crianças e os servidores afastados por problemas psicológicos sem dinheiro pra comprar o mínimo para a sua sobrevivência.