O que acontece quando o amor pela Terra encontra a infância em um ambiente colorido, sensível e cheio de vida? No Colégio Politécnico da UFSM, essa mistura tem nome e sobrenome: Espaço Pachamama.
Criado oficialmente em 2020, o Pachamama é um local para educação ambiental na prática que promove experiências lúdicas e educativas para crianças entre 4 e 11 anos, com foco em meio ambiente, sustentabilidade, alimentação saudável e pertencimento. Ali, elas não apenas aprendem: elas sentem, exploram, tocam, escutam e se encantam com a ideia de que cuidar da Terra pode e deve ser divertido.
Imersão para aprender
O espaço Pachamama, tradução de Mãe Terra, acolhe as crianças em um ambiente vibrante e repleto de referências à fauna local, com cores, sons e elementos que despertam os sentidos e convidam à exploração. Essa atmosfera envolvente cria um vínculo imediato, que estimula a curiosidade e o interesse pelo cuidado com a natureza.

As crianças mergulham em jogos interativos, ‘pescam’ resíduos de um oceano fictício, observam alimentos no microscópio e aprendem até a comer com atenção, longe das telas, explorando seus sentidos. Enquanto brincam, absorvem noções sobre meio ambiente, o cuidado com a água, o solo, o ar, a fauna e a flora, construindo uma consciência ecológica de forma natural e divertida.
“A gente não impõe conhecimento, a gente convida. É no afeto e na brincadeira que as crianças entendem que cuidar da Terra é também cuidar de si e dos outros”, conta Suzimary Specht, professora e coordenadora do projeto.
Além de cultivar o cuidado com o meio ambiente, o projeto também abre as portas da universidade para os olhos curiosos da infância. Para muitas crianças, é a primeira vez em um campus, uma visita que acende o sonho de, um dia, ocupar aquelas mesmas salas e cadeiras.
Mas o impacto e o aprendizado vão muito além dos pequenos pés que cruzam esse caminho.
Aprender também transforma quem ensina
O Pachamama não toca apenas as crianças. Bolsistas e voluntários que integram o projeto vivem um processo de formação único, que une prática pedagógica, escuta e afeto. Estudantes do ensino técnico e superior ajudam nas atividades, e descobrem, na convivência com os pequenos, um novo sentido para o papel social da universidade.
“O trabalho no Pachamama contribui para a minha formação de vida, principalmente, me mostrando a realidade e a história de cada criança que eu vejo e converso. Me faz aprender que cada pessoa tem suas particularidades e que todos nós temos uma criança interior”, afirma Thais Cavalheiro Milani, aluna de Gestão Ambiental da UFSM.
Uma semente de futuro
Mais do que um espaço educativo, o Pachamama é um lembrete de que todo saber começa no afeto. Ao unir ciência e sensibilidade, o projeto mostra que cuidar do planeta também é um gesto de amor, e que esse gesto pode ser aprendido desde cedo, com olhos de brilho e curiosidade.
“É um lugar onde as crianças descobrem que pertencem à Terra e que podem transformá-la, mudando não só seus hábitos, mas os de todos ao seu redor”, resume Suzimary.
Com agenda aberta para visitas escolares durante a semana, o Espaço Pachamama segue de portas, braços e corações escancarados, pronto para acolher novas sementinhas de esperança que chegam curiosas, prontas para florescer.



Por: Samara Debiasi
Imagens: Suzimary Specht