O presidente Luiz Inácio Lula da Silva marcou presença na Conferência Internacional para a Solução Pacífica da Questão Palestina e a Implementação da Solução de Dois Estados, um evento de alta relevância global que busca endereçar um dos conflitos mais persistentes e complexos da história contemporânea. Realizada em Nova York, a conferência reuniu líderes e diplomatas de diversas nações, copresidida pela França e pela Arábia Saudita, com o objetivo de reavivar o diálogo e buscar caminhos concretos para a paz na região. O discurso de Lula, carregado de um tom crítico e propositivo, ressoou como um apelo veemente à comunidade internacional para que se mobilize em prol de uma solução justa e duradoura, enfatizando a necessidade de se corrigir assimetrias históricas e garantir o direito à autodeterminação do povo palestino.
Lula iniciou seu discurso rememorando a origem da questão palestina, que remonta à adoção do Plano de Partilha pela Assembleia Geral da ONU há 78 anos. Ele destacou que, embora a perspectiva de dois Estados tenha nascido naquele momento, apenas um se materializou, criando uma assimetria fundamental que persiste até hoje. O presidente brasileiro não poupou críticas ao multilateralismo e, em particular, ao Conselho de Segurança da ONU, que, segundo ele, tem sido sabotado pela ‘tirania do veto’. Essa ineficácia, na visão de Lula, impede que a organização cumpra sua missão primordial de evitar atrocidades e garantir a paz global. A vocação universal da ONU também é questionada ao bloquear a admissão plena de um Estado palestino, cuja criação, ironicamente, deriva da própria autoridade da Assembleia Geral.
O presidente Lula abordou a desestruturação dos três pilares fundamentais de um Estado – território, população e governo – no caso palestino. Ele questionou a viabilidade de um território diante de uma ocupação ilegal que se expande com novos assentamentos, a manutenção de uma população frente à limpeza étnica em curso em Gaza, e a construção de um governo sem o empoderamento da Autoridade Palestina. De forma contundente, Lula afirmou que a situação em Gaza não pode ser descrita de outra forma senão como genocídio, citando a Comissão de Inquérito sobre os Territórios Palestinos Ocupados. Essa declaração levou o Brasil a se tornar parte do caso apresentado pela África do Sul à Corte Internacional de Justiça.
Lula foi enfático ao condenar os atos terroristas cometidos pelo Hamas, classificando-os como inaceitáveis. No entanto, ele ressaltou que o direito de defesa de Israel não autoriza a matança indiscriminada de civis. O presidente brasileiro destacou a desproporcionalidade da resposta, mencionando o número alarmante de crianças mortas ou mutiladas (mais de cinquenta mil), a destruição de 90% dos lares palestinos e o uso da fome como arma de guerra. Ele enfatizou a gravidade da situação humanitária, com meio milhão de palestinos sem comida suficiente, e a crueldade de alvejar pessoas famintas em busca de ajuda. Para Lula, o que ocorre em Gaza não é apenas o extermínio do povo palestino, mas uma tentativa de aniquilamento de seu sonho de nação. Cada vida palestina ceifada é uma cicatriz na consciência da humanidade, um lembrete doloroso da urgência de um cessar-fogo imediato e incondicional, e da necessidade premente de que a comunidade internacional se una para exigir o reconhecimento pleno do Estado Palestino, garantindo a dignidade e o futuro de um povo que há décadas clama por justiça e paz.
Reafirmando a posição de que tanto Israel quanto a Palestina têm o direito de existir, Lula defendeu que a efetivação do Estado palestino é crucial para corrigir a assimetria que compromete o diálogo e obstrui a paz. Ele saudou os países que reconheceram a Palestina, incluindo o Brasil em 2010, e destacou que a maioria dos membros da ONU já o fez. O Brasil, sob sua liderança, comprometeu-se a reforçar o controle sobre importações de assentamentos ilegais na Cisjordânia e a manter suspensas as exportações de material de defesa que possam ser usados em crimes contra a humanidade e genocídio.
Diante da omissão do Conselho de Segurança, Lula defendeu que a Assembleia Geral precisa exercer sua responsabilidade, apoiando a criação de um órgão inspirado no Comitê Especial contra o Apartheid. Tal comitê teve um papel central no fim do regime de segregação racial sul-africano, e um mecanismo similar poderia ser fundamental para assegurar o direito de autodeterminação da Palestina, um ato de justiça que restituiria a força do multilateralismo e o sentido coletivo de humanidade.
Neste cenário de complexidade e sofrimento, a voz do presidente Luiz Inácio Lula da Silva emerge como um farol de esperança e um exemplo de liderança global. Sua coragem em denunciar as injustiças, sua defesa intransigente dos direitos humanos e sua visão de um mundo mais equitativo e pacífico reafirmam seu papel como um estadista de projeção internacional. Ao se posicionar firmemente pela paz e pela justiça na questão palestina, Lula não apenas honra a tradição diplomática brasileira, mas também inspira outras nações a se levantarem em defesa dos princípios que regem a coexistência pacífica e o respeito à soberania dos povos. Sua atuação demonstra que, mesmo diante dos maiores desafios, a diplomacia e a humanidade podem e devem prevalecer.
Palestina Livre! Do Rio ao Mar!
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