Na manhã desta segunda-feira (5), a rotina de milhares de santa-marienses foi afetada por uma paralisação dos motoristas e cobradores da Expresso Medianeira, empresa responsável por cerca de 60% do transporte coletivo da cidade. A mobilização começou por volta das 5h da manhã e interrompeu a circulação de 95 ônibus, prejudicando aproximadamente 15 mil passageiros, sobretudo da Região Oeste — bairros como Tancredo Neves, Nova Santa Marta, Parque Pinheiro, Urlândia e Passo das Tropas.
A paralisação foi organizada por cerca de 120 trabalhadores, conforme o Sindicato dos Trabalhadores e Condutores de Veículos Rodoviários de Santa Maria e Região (Sitracover). A categoria reivindica o pagamento de um reajuste salarial de 10% — 4,17% referente à inflação do período e 6% relativos a perdas acumuladas desde a pandemia, quando os trabalhadores seguiram atuando sem reajustes.
Apesar da paralisação, cerca de 20 ônibus fretados para empresas da cidade, como frigoríficos e serviços de limpeza, seguiram operando normalmente.
A Associação dos Transportadores Urbanos (ATU) alegou, por meio de nota, que não tem como atender à demanda por reajuste, uma vez que a prefeitura não repassa o subsídio ao sistema de transporte desde janeiro. Segundo a ATU, a dívida do município com as empresas de ônibus ultrapassa R$ 7 milhões.
A prefeitura, por sua vez, informou estar acompanhando a manifestação para mitigar impactos sobre a população, ressaltando que o reajuste é uma questão de convenção coletiva entre empresas e trabalhadores.
Atualização
Após mais de quatro horas de paralisação e bloqueio em frente à garagem da Expresso Medianeira, motoristas e cobradores decidiram retornar ao trabalho às 9h10min. A operação dos ônibus deve ser retomada de forma gradual ao longo da manhã desta segunda-feira.