Passeios e exercícios são essenciais para a saúde física e mental dos cães, mas o excesso pode trazer sérias consequências. De acordo com a médica-veterinária Cibele Felin (CRMV/RS: 14597), atividades intensas ou sem preparo podem provocar entorses, rupturas ligamentares, tendinites e acelerar doenças como displasia coxofemoral e osteoartrite. “Além do esforço físico, superfícies inadequadas, como asfalto quente, pisos escorregadios ou concreto muito áspero, também favorecem lesões graves”, alerta.
Os sinais de dor nem sempre são fáceis de identificar. Manqueira e dificuldade para subir escadas são sintomas clássicos, mas há indícios mais sutis, como lambedura excessiva de uma pata, mudança no padrão de marcha ou até agressividade ao toque. Observar o comportamento do pet é fundamental para detectar problemas precocemente.
Raças e idades mais vulneráveis
Algumas raças são mais predispostas a problemas articulares. Labradores, pastores alemães e golden retrievers, por exemplo, têm maior chance de desenvolver displasia, enquanto yorkshires, spitz e chihuahuas sofrem mais com luxação de patela. Filhotes e cães idosos também precisam de cuidados extras: os mais jovens possuem placas de crescimento em desenvolvimento e devem evitar exercícios de alto impacto; os mais velhos são mais suscetíveis a osteoartrite e perda de massa muscular.
Como prevenir lesões
Para evitar problemas, Cibele recomenda introduzir atividades de forma progressiva, respeitar pausas, manter o peso corporal adequado e realizar check-ups regulares. Caminhadas diárias moderadas, exercícios de equilíbrio e atividades cognitivas são boas alternativas.
“Mais importante do que a quantidade de atividade é a qualidade e o equilíbrio. Se notar mudanças no comportamento, cansaço precoce ou dificuldade para andar, procure um veterinário”, orienta.
Quando uma lesão é diagnosticada, a reabilitação animal pode ser determinante para a recuperação. Cibele explica que o tratamento é individualizado, envolvendo fisioterapia, exercícios terapêuticos, terapias como laser, acupuntura e, em alguns casos, hidroterapia. “O objetivo é reduzir a dor, melhorar a mobilidade e evitar que a lesão evolua para um problema crônico”, afirma.
Lesões musculoesqueléticas não tratadas podem gerar consequências graves. “Muitos tutores acreditam que a dor vai passar sozinha, mas ela pode evoluir para osteoartrite, perda de massa muscular e até dificuldades permanentes de locomoção”, alerta a veterinária. Procurar ajuda profissional ao menor sinal de desconforto é fundamental para garantir qualidade de vida ao pet.
Para cães mais ativos, a regra não é aumentar a intensidade do exercício, mas sim buscar equilíbrio. Atividades cognitivas, como brincadeiras de farejar ou pequenos desafios de enriquecimento ambiental, podem ser tão eficazes quanto longas caminhadas. “Essas práticas também ajudam a gastar energia e manter o bem-estar emocional do animal”, reforça Cibele.
Por fim, a veterinária lembra que o tutor é a peça principal na prevenção. Observar sinais de dor, conhecer os limites do animal e investir em atividades seguras fortalece o vínculo e garante uma vida mais saudável ao pet. “Exercícios são indispensáveis, mas precisam ser feitos com moderação e atenção. O bem-estar está no equilíbrio”, finaliza.
Fotos: Samuel Marques / PMSMRonald Mendes / Divulgação A manhã deste sábado (6) trouxe um…
O Conama aprovou algo que, à primeira vista, soa como um divisor de águas: uma…
Entre outubro e dezembro de 2019, a comunidade científica meteorológica divulgoumundialmente um evento impressionante. Nesse…
A arte de diagnosticar um animal é, antes de tudo, um exercício profundo de escuta,…
Não sei você, mas todo ano eu fico com a sensação de que piscamos e,…
Por: Amanda Borin A Prefeitura de Santa Maria realiza, no dia 14 de dezembro, a…