Desde pequenos, aprendemos que 65% do corpo humano é composto por Planeta Água. Nos bancos escolares, descobrimos a importância d’Ela para a vida, para a evolução (segundo os evolucionistas) ou para a criação do mundo (segundo os criacionistas). Mas, independentemente da crença, uma verdade se impõe: Planeta Água é vida, é criação, é corpo.
Sem Ela, não plantamos, não colhemos, não comemos.
Sem Ela, esse líquido cristalino, inodoro e insípido, não há indústria, construção, lazer, turismo.
Sem H₂O, não há futebol, pescaria ou drinks.
Antes mesmo de nascer, já estamos imersos no meio d’Ela, no útero materno. Ao sair para o mundo, buscamos o peito materno para nos alimentar de leite — rico em Planeta Água — para matar a sede, a fome e fortalecer nossas primeiras defesas. Depois, é hora do banho! E com o quê? Com Ela! Planeta Água!
Assim seguimos nossa jornada, sempre acompanhados por Ela:
Nos primeiros passos, lavamos as mãos com Ela.
Na escola, aprendemos sobre higiene e a importância d’Ela, esse líquido divino.
Brincamos, corremos, suamos — perdemos Planeta Água.
Na adolescência, chega o primeiro amor, o primeiro beijo — um mar de emoções, onde Ela também está presente.
E quando vem a primeira decepção? Lágrimas, prantos, dor. Aqui, cabe lembrar o replicante Nexus-6, Roy Batty: lágrimas se perdem na chuva, dissolvem-se n’Ela.
Até o nome de nossa galáxia tem relação com Ela: Via Láctea.
Não é por acaso que civilizações inteiras guerrearam pelo amor d’Ela, por sua posse, por seu controle. Na escola, estudamos a Mesopotâmia, a terra entre os rios Tigre e Eufrates — o berço da civilização. As grandes cidades, do passado e do presente, sempre floresceram à beira de rios: Paris, Londres, São Paulo.
Planeta Água é a dona de tudo. É a essência da vida.
Por isso, devemos consumir Ela diariamente, regularmente. É saúde, é proteção, é vitalidade.
Mas aqui, em Santa Maria, Ela tem um preço alto.
Ela, a grande Planeta Água, tem dono. Mas quem? Você sabe? Eu não.
Viva Planeta Água! Pública e democrática!
Viva Planeta Água. Viva a vida que Ela nos dá. Simplesmente viva, porque Ela está em nós.