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POR QUE CLASSIFICAR A TILÁPIA COMO INVASORA É UM RISCO ECONÔMICO PARA O BRASIL

O Brasil comete um erro grave ao querer incluir a tilápia na Lista Nacional de Espécies Exóticas Invasoras. A decisão ignora a realidade econômica do país e coloca em risco justamente o setor que sustenta a piscicultura brasileira. Hoje, o Brasil é o quarto maior produtor de tilápia do mundo, atrás apenas de China, Indonésia e Egito. Só em 2024 foram produzidas 662,2 mil toneladas, o que significa 68% de todo o peixe cultivado no país.

Apesar do Ministério do Meio Ambiente afirmar que a classificação tem caráter técnico e preventivo, a medida abre espaço para restrições futuras, aumento da burocracia e até interpretações por órgãos estaduais e municipais que podem travar licenciamentos e comprometer novos investimentos.

Enquanto chama a tilápia de espécie invasora, o governo Lula libera a importação de 700 toneladas do peixe do Vietnã, em operação fechada pela JBS. Uma contradição para quem deveria fortalecer o produtor nacional. No fim, sufoca quem produz aqui e abre as portas para o peixe estrangeiro.

Segundo o Anuário PeixeBR 2025, a tilapicultura gera cerca de 3 milhões de empregos diretos e indiretos, movimenta a economia de centenas de municípios, abastece o mercado interno e ainda sustenta exportações de US$ 59 milhões. É uma cadeia que envolve pequenos produtores, frigoríficos, fábricas de ração, transportadores, técnicos e exportadores.

Vale lembrar que a produção de tilápia no Brasil ocorre em tanques-rede instalados em reservatórios de usinas hidrelétricas e em viveiros escavados ou elevados. Esses locais são ambientes controlados, com rigoroso monitoramento e licenciamento ambiental, o que torna o risco ambiental mínimo e constantemente acompanhado.

Por isso, chamar essa cadeia produtiva de “invasora” é ignorar a realidade e criminalizar quem trabalha de forma legal e responsável. É ameaçar 237 mil propriedades rurais e mais da metade dos piscicultores brasileiros.

Não à toa o setor aquícola pede coerência e apoio. Para os produtores, ou o Brasil protege sua cadeia de peixes cultivados (referência em sustentabilidade e qualidade) ou arrisca comprometer um dos setores mais promissores do agronegócio nacional.

O Brasil precisa fortalecer sua produção, não enfraquecê-la. Classificar a tilápia como espécie invasora é um ataque silencioso ao agronegócio brasileiro e um golpe duro contra os produtores que sustentam nossa economia.

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