No final de abril de 2024, o céu de Santa Maria escureceu e as primeiras gotas começaram a bater nas janelas. No início, ninguém imaginava o que estava por vir. Parecia apenas mais uma tempestade característica do outono gaúcho. Mas os minutos viraram horas. As horas, dias. E a chuva não cessava.
Logo começaram a chegar os primeiros pedidos de ajuda — do rico e do pobre, sem distinção. De repente, os telefones não paravam de tocar. Mensagens desesperadas, vídeos caseiros mostrando ruas transformadas em rios, casas sendo engolidas pela água. Em poucas horas, todos nós já estávamos nas ruas, braços e corações unidos para salvar vidas.
Santa Maria registrava, já nos primeiros dias de maio, o maior volume de chuva do mundo. Um recorde sombrio, que trouxe dor e destruição. No Morro Cechella, na Vila Canário, o deslizamento de terra que levou a vida de uma menina deixou a cidade em luto. E na Vila Fighera, no distrito de Arroio Grande, a terra parecia se dissolver sob nossos pés — a erosão levou plantações, casas e rachou o asfalto.
As pontes cederam. O sistema de esgoto explodiu, espalhando água contaminada pelas ruas, invadindo lares e destruindo tudo o que encontrava pela frente.
E, no meio desse pesadelo, surgiram os verdadeiros heróis. Gente comum — vizinhos ou desconhecidos, os voluntários — que vieram de carro, a pé, de barco. Pessoas que se jogaram na água gelada, ergueram crianças nos braços, passaram dias e noites trabalhando sem perguntar o nome de quem ajudavam.
Quantos de nós estivemos em barcos improvisados, puxando pelas mãos quem só tinha no olhar o medo e a esperança? Quantas vezes nossos próprios olhos se encheram de lágrimas, escondidas atrás da urgência de seguir ajudando?
Mas os voluntários não pararam por aí. Foram meses de luta. Meses carregando entulho, distribuindo alimentos, auxiliando nos abrigos, ajudando a reconstruir vidas, pedaço por pedaço.
Hoje, um ano depois, ainda sentimos a marca daquela tragédia. Mas também sentimos orgulho. Porque, em meio ao pior desastre da história do nosso estado, mostramos o melhor do nosso povo: a capacidade de se unir, de cuidar uns dos outros, de recomeçar.
Que a memória daqueles dias nunca se apague — não para alimentar a dor, mas para eternizar o poder da esperança, da coragem e do amor. Obrigado, Voluntários da Enchente!
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