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Quando o feminino se apaga para manter o masculino de pé

Vivemos um tempo de transformações profundas na forma como nos relacionamos — dentro e fora dos negócios, dentro e fora de nós. E nesse novo tempo, muitas mulheres têm se deparado com um padrão silencioso, mas destrutivo: o de carregar relações com homens que perderam o contato com sua energia masculina saudável.

Não falamos aqui de força bruta ou dominação. Falamos da verdadeira energia masculina: aquela que age com direção, responsabilidade e integridade. Mas o que se vê, muitas vezes, é uma presença masculina sem ambição, paralisada pelo medo de crescer, fugir ou assumir. Uma energia que abdica de sua potência e transfere, sutilmente, para o feminino, o peso que não quer (ou não consegue) carregar.

E é nesse vazio que entra o feminino forte. Mulheres potentes, conscientes, que aprenderam a fazer por elas — e por todos à sua volta. Mulheres que, no desejo de amar, acolher e sustentar, acabam entrando em relações em que assumem o que não lhes pertence: a condução emocional, a estabilidade financeira, o crescimento espiritual. Tornam-se empreendedoras de si mesmas e das vidas de seus parceiros. E, sem perceber, começam a sangrar por dentro.

Toda vez que o feminino tenta carregar o que é do masculino, ela se desconecta de sua essência. Isso porque a força feminina não nasceu para suportar o peso do mundo sozinha. Ela nasceu para criar, expandir e nutrir — mas dentro de um campo de trocas saudáveis, onde há reciprocidade, direção e presença.

O que temos visto é que, quando a energia masculina se recusa a amadurecer, ela suga a vitalidade do feminino. Essa mulher, inicialmente brilhante, começa a se adaptar, a silenciar, a diminuir seu brilho para manter a relação viva. Mas relações que sobrevivem à custa da diminuição de uma das partes não são vínculos: são prisões disfarçadas de afeto.

Esse editorial é um convite para que homens se reconectem com a coragem de sustentar o próprio caminho, de arcar com as consequências de suas escolhas e de estar à altura de relações maduras, que seja um convite para que você olhe para a sua infância a relação com seus pais e acesse as feridas emocionais e escolha diariamente fazer diferente e pare de repetir padrões. Não começou em você, mas acaba aqui! E é, sobretudo, um chamado às mulheres: não confundam força com obrigação. Não confundam acolhimento com autoabandono. Não confundam amor com sacrifício.

A cura entre os gêneros começa quando cada um toma para si o que lhe cabe. Quando o masculino aprende a agir sem fugir. Quando o feminino aprende que não precisa salvar ninguém para ser digna de amor. Quando cada um se conecta com sua essência e como Adulto decide traçar sua jornada. 

O futuro das relações — e dos negócios, das famílias, da sociedade — depende da coragem de ambos: do masculino que escolhe crescer, e do feminino que escolhe não mais se apagar, mas esse assunto fica para uma próxima coluna.

Bjs da Michi Milanni 

Enfermeira, Terapeuta Sistêmica e idealizadora do movimento Empreendedorismo e elas.

Redação enFoco

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