É com dor, revolta e urgência que escrevo estas palavras. Na madrugada de segunda para terça-feira, a vereadora Elisane Rodrigues (PT), única mulher eleita em Formigueiro, no interior do Rio Grande do Sul, foi brutalmente assassinada. A violência que tirou sua vida não é um caso isolado, não é exceção: é parte de uma estrutura que insiste em silenciar mulheres, especialmente aquelas que ousam ocupar espaços de poder e levantar a voz em defesa do povo.
Elisane não era apenas uma parlamentar. Era ativista social, técnica de enfermagem, mãe, militante do Partido dos Trabalhadores. Sua trajetória foi marcada pelo cuidado com a vida — seja nos plantões de saúde, seja na tribuna da Câmara — e pela coragem de representar os que historicamente foram deixados à margem. Sua atuação em defesa das comunidades quilombolas, dos direitos das mulheres e da saúde pública incomodava uma estrutura política e social que ainda é patriarcal, racista e violenta.
Quando uma mulher como Elisane é assassinada, não estamos diante de um simples crime: estamos diante de um feminicídio político. Um ataque direto ao direito das mulheres de existir plenamente, de ocupar a política, de ser ouvidas. É por isso que precisamos nomear com todas as letras: este é um crime contra todas nós.
Não podemos naturalizar o silêncio que se segue a cada morte. O Estado precisa garantir a segurança de mulheres que ousam resistir e ocupar a política. Elisane fazia parte de uma luta que é coletiva. Que a dor de sua ausência nos mobilize, nos una, nos mova. Que nenhuma outra vereadora, liderança comunitária, mulher precise morrer para que o país reconheça a gravidade da violência política de gênero.
Seguiremos por ti, Elisane. Por todas as que vieram antes e pelas que virão. Porque enquanto uma de nós for alvo de violência, nenhuma de nós estará em paz.
Elisane presente!
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