Na última quarta-feira (18/06/2025), o Conselho Municipal de Transportes aprovou, por 11 votos a 3, um aumento na tarifa técnica do transporte urbano em Santa Maria para R$7,65. Hoje, já pagamos R$5 por uma passagem — um valor extremamente alto para a nossa cidade e para o serviço precário que é oferecido.
A título de comparação, cidades do mesmo porte oferecem uma passagem bem mais acessível — e com qualidade de serviço superior. São mais de 80 cidades brasileiras que oferecem um transporte público, de qualidade e gratuito. Em Santa Maria, porém, convivemos com ônibus sem manutenção adequada, falta de cobradores, linhas mal planejadas, e pontos que sequer oferecem abrigo contra o frio, chuva e sol: um transporte público que penaliza professores, trabalhadores e estudantes, especialmente nos dias mais extremos.
Enquanto isso, a prefeitura continua subsidiando empresas privadas com recursos públicos — e ainda assim, a qualidade do transporte só piora.
A discussão não pode se resumir ao “aumento X ou Y centavos”. O que está em jogo é o próprio modelo do transporte público em nossa cidade.
Precisamos, com urgência, de:
- Realizar nova licitação do transporte coletivo, com critérios rigorosos de qualidade, quilometragem, número de cobradores, cobertura de linhas e acessibilidade;
- Desenvolver um planejamento de médio e longo prazo, que garanta frota moderna, manutenção eficiente, bem como integração e ampliação de itinerários;
- Vislumbrar a possibilidade da tarifa zero, como já ocorre em cidades que priorizam transporte como direito público e não mercadoria;
- Acabar com o subsídio desenfreado às empresas, exigindo contrapartida de qualidade real; e
- Garantir proteção adequada aos trabalhadores do transporte e aos usuários, principalmente nos dias de chuva, sol forte e frio.
Manter a tarifa em R$ 5, ou até mesmo subir, enquanto o serviço oferecido segue precário, é penalizar a população. O reajuste para R$ 7,65 na tarifa técnica só reforça a necessidade de debate sério.
Exigimos que a prefeitura e o Conselho:
- apresentem um cronograma para lançar a nova licitação até 2025;
- estabeleçam metas mensais para a substituição e manutenção da frota;
- garantam transparência e participação social no acompanhamento dos contratos;
- avancem no desenho de um modelo sustentável: transporte público de qualidade e tarifa zero.
Coluna por: Marina Callegaro