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Recomeçar dói, mas liberta

Luciane Kasper, a advogada que transforma dor em recomeço

Separar-se de alguém raramente é simples. Não importa se a decisão parte de um acordo mútuo ou de um rompimento abrupto. O processo costuma envolver luto, insegurança e uma avalanche de dúvidas práticas e emocionais. Como lidar com os filhos? O que fazer com os bens? Como desfazer os contratos? E principalmente: por onde recomeçar?

No Brasil, segundo o IBGE,  mais de 440 mil divórcios foram registrados em 2023. São números que, embora expressivos, não revelam as camadas humanas por trás de cada certidão. A separação carrega histórias de rompimentos difíceis, reconstruções emocionais e reorganizações completas da vida. É nesse momento de vulnerabilidade que a advogada Luciane Kasper atua como ponte para um novo começo. 

Especialista em Direito de Família, Luciane compreende, com profundidade, o que significa recomeçar. “Minhas próprias separações foram divisores de águas. Eu entendi, na pele, o quanto a mulher precisa de mais do que apenas um advogado. Precisa de alguém que compreenda o peso emocional, os medos e as inseguranças desse momento”, relembra a advogada. As experiências pessoais a incentivaram a trabalhar nessa área.

Com atuação em Santa Maria, Bento Gonçalves e Porto Alegre, e atendimentos online para todo o Brasil, Luciane Kasper é um nome renomado na área. Seu foco está, especialmente, em mulheres que encerram relacionamentos e precisam reorganizar não apenas contratos, bens e dívidas, mas também a própria identidade. “Meu trabalho é oferecer estrutura legal e segurança emocional para que essa mulher consiga tomar decisões conscientes, com clareza e autonomia. Busco criar um ambiente onde ela se sinta ouvida, acolhida e fortalecida para recomeçar com dignidade”, afirma.

Quando a experiência vira missão

Luciane não escolheu o Direito de Família por acaso, foi a vida que a conduziu até ele. Antes de assumir a advocacia como missão, ela viveu relações nas quais precisou sustentar o insustentável, até entender que nenhum vínculo vale mais do que a própria saúde mental e emocional.

Passar por dois divórcios em fases distintas da vida a tornou ainda mais sensível à dor de suas clientes. “Isso me motivou a trabalhar com Direito de Família com um olhar mais humano e acolhedor, especialmente voltado às mulheres que, como eu, precisaram se reinventar após o fim de um relacionamento”, resume.

Sua atuação rompe com os padrões da litigância tradicional. Em vez de transformar separações em disputas agressivas e desgastantes, Luciane aposta no diálogo, na clareza e na construção de soluções viáveis e respeitosas para todas as partes. “Minha abordagem é pautada em escuta ativa, acolhimento e soluções que respeitam o tempo e os limites da mulher. Enquanto a litigância tradicional encara o processo como uma disputa fria, eu busco reconstrução. Trabalho para que a cliente se sinta parte ativa das decisões, compreenda cada etapa e tenha um recomeço real e sustentável, não apenas uma sentença no papel”, explica a advogada.

O trabalho vai além da separação. Ela conduz divórcios consensuais e litigiosos, dissoluções de união estável, partilha de bens, definição e revisão de guarda de filhos, pensão alimentícia e regularização de patrimônio. Também oferece suporte jurídico a mulheres que enfrentam violência patrimonial e psicológica, uma realidade mais comum do que se imagina.

Segurança jurídica para libertar o emocional

Com passos seguros e olhar preciso, Luciane conduz cada caso com a segurança de quem sabe o que faz. Seu trabalho é técnico e estratégico, mas sem abrir mão da escuta e da empatia. Isso se traduz em processos mais ágeis, menos traumáticos e com resultados sólidos.

Ela reconhece que, muitas vezes, o divórcio emocional já aconteceu, mas o vínculo jurídico permanece por medo, desinformação ou manipulação. Os maiores entraves? A dependência econômica, a guarda dos filhos e a divisão de bens. “Não adianta estar emocionalmente livre se juridicamente ainda existem pendências. O cliente precisa de base legal para caminhar com tranquilidade”, explica.

Nessas situações, Luciane orienta com base em informação clara, planejamento e estratégia. Cada atendimento é pensado para garantir que a mulher compreenda seus direitos e consiga tomar decisões com autonomia.

“Mostro a essas mulheres que é possível sair desse ciclo com segurança e apoio, sem pular etapas,  mas também sem prolongar sofrimentos desnecessários”.

Nos bastidores desses atendimentos, existe também um trabalho intenso de escuta e orientação. Luciane oferece apoio emocional e prático, ajudando suas clientes a refletirem sobre escolhas e consequências, sem julgamentos. O objetivo é fazer com que cada mulher que passa por seu escritório, físico ou virtual, saia não apenas com um processo resolvido, mas com mais clareza sobre si mesma e seu futuro.

Justiça como ato de amor-próprio

Além da atuação nos tribunais, Luciane tem se tornado uma voz relevante na educação jurídica para mulheres. Na coluna mensal que escreve para o Portal Enfoco, ela traduz termos complexos do Direito de Família em uma linguagem acessível e sensível. Assim, ela torna o conhecimento um instrumento de empoderamento. 

“Direito de Família é sobre vida real. E vida real não se explica com juridiquês. Meu compromisso é com a educação jurídica das mulheres — porque quem conhece seus direitos, sabe dizer ‘não’, sabe colocar limites e sabe recomeçar. Tornar o direito acessível é uma forma de devolver o poder para quem muitas vezes teve a voz calada por muito tempo”, afirma. A advogada sabe que o recomeço não começa na sentença do juiz, mas no momento em que a mulher decide que merece uma vida mais justa, para si e, muitas vezes, para seus filhos. 

Seu trabalho evidencia que o acesso à informação jurídica é um passo essencial para romper ciclos de violência e desigualdade. Ao compartilhar conhecimento de forma clara e empática, Luciane contribui para que mais mulheres compreendam seus direitos e se sintam seguras para tomar decisões importantes sobre suas vidas. Ela promove a mudança de consciência mostrando que justiça também se constrói no cotidiano, com escolhas firmes e com apoio adequado.

Advogada de recomeços reais

Neste mês em que se celebra a advocacia, Luciane representa uma geração de profissionais que não teme a profundidade dos vínculos, nem dos términos. Advoga com escuta, com estratégia e com um olhar atento ao que realmente importa, isto é,  garantir que cada cliente possa viver sua nova etapa com segurança jurídica, autonomia e dignidade.

Sua presença é transformadora porque é verdadeira. Quem busca por ela encontra mais do que uma advogada, encontra uma aliada no processo de reconstrução. Alguém que entende o peso de um fim e a força contida em um recomeço. 

“Ser uma ‘advogada de recomeços reais’ significa estar ao lado de mulheres que estão reconstruindo a própria história, com coragem e consciência. Não se trata apenas de sair de um casamento, mas de retomar a própria identidade, os sonhos e a liberdade”,  explica. 

Para Luciane, advogar também é um gesto de cuidado. É tornar possível uma nova fase que não seja um improviso, mas sim um caminho sólido, coerente com a mulher que essa cliente deseja ser a partir de agora.

Mariana

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