Treze meses após a maior tragédia socioambiental da história do estado, o Rio Grande do Sul volta a ser castigado por chuvas intensas. Desta vez, 121 municípios registraram danos, 18 decretaram situação de emergência, e Jaguari está em calamidade pública. Quase 7 mil pessoas estão desalojadas ou desabrigadas e 4 mortes foram confirmadas. O cenário é um retrato cruel da emergência climática que exige ações imediatas e não apenas reações tardias.
Santa Maria exemplifica os mesmos desafios. Chove um pouco mais e já temos pontos críticos de alagamentos e estradas interditadas. Após as tragédia do ano passado a prefeitura criou a Secretaria de Resiliência Climática e Relações Comunitárias, porém poucas medidas de prevenção foram tomadas.
O professor Rualdo Menegat da UFRGS alerta que as mudanças climáticas já são um comportamento previsível do sistema, com estudos comprovando que o aquecimento global dobrou a probabilidade de desastres como os de 2024. Mesmo assim, o único projeto sobre emergência climática na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, o PL 23/2023, de autoria do deputado Matheus Gomes segue sem previsão de apreciação em plenário.
A solução exige planejamento integrado com dados climáticos nos planos urbanos. É fundamental também proteger os ecossistemas naturais, combatendo o desmatamento de banhados que reduz a absorção de água.
A emergência climática não é uma ameaça distante, ela está alagando casas, deslocando famílias e tirando vidas. Se nada mudar, o próximo desastre será apenas mais um capítulo na história da negligência. Não basta reconstruir. É preciso reinventar.








