Faleceu no sábado (24/05/2025), no hospital de Caxias do Sul, Ronaldo Garbin, 42 anos, conhecido guia de rafting e especialista em resgates, que ficou marcado por sua atuação heroica durante as devastadoras enchentes e deslizamentos que atingiram o Rio Grande do Sul em maio de 2024, especialmente na região de Bento Gonçalves.
Ronaldo era técnico em segurança do trabalho e possuía diversas certificações importantes: era guia de rafting certificado pela International Rafting Federation (IRF), especialista em resgate em águas brancas (Rescue3), em meios perigosos (GRIMP) e em acesso por cordas. Sua vasta experiência foi fundamental para o sucesso das operações de resgate durante a tragédia.
Com muita coragem e habilidade técnica, Ronaldo foi um dos primeiros a atuar nas áreas mais afetadas pelas enchentes e deslizamentos na Serra Gaúcha, salvando dezenas de vidas em locais de difícil acesso. Seu trabalho como guia e resgatista possibilitou o acesso a regiões isoladas, garantindo a segurança de muitas pessoas e fazendo dele uma referência para toda a comunidade local.
Nos últimos meses, Ronaldo lutava contra uma leucemia crônica, diagnosticada após o tratamento de uma pneumonia. Durante cerca de um ano, enfrentou a doença com medicação e tratamentos, mas em abril de 2025 seu quadro evoluiu para a fase aguda. Uma grande campanha solidária foi organizada para doação de sangue e plaquetas, mobilizando a população de Bento Gonçalves e outras cidades da região. Infelizmente, a doença avançou rapidamente, e Ronaldo não resistiu.
O velório está sendo realizado nas Capelas São José, em Bento Gonçalves, e a cerimônia de cremação está marcada para as 17h30 no Memorial Crematório São José, em Caxias do Sul.
O amigo Leandro Ourives, que acompanhou de perto a mobilização e também convive com um filho portador da mesma doença, ressaltou a importância do trabalho de Ronaldo e a forte comoção causada pela sua situação. “Ele e sua equipe foram essenciais, um líder nato e um dos que mais se destacou nas enchentes, coordenando o grupo para auxiliar as comunidades afetadas”, afirma.
Ourives conta que a campanha para doação de sangue e plaquetas teve uma resposta surpreendente: mais de 1,5 mil pessoas se cadastraram para ajudar. “Isso mostra o quanto Ronaldo é querido e respeitado por tudo o que fez.” Ainda segundo ele, um ônibus com cerca de 40 voluntários deve sair de Bento Gonçalves para o Hemocentro de Caxias do Sul, incentivando a continuidade da doação de sangue, que pode salvar até quatro vidas por bolsa doada.
“Hoje o Ronaldo precisava, mas há muitas pessoas que dependem dessa solidariedade. Quem puder, deve procurar o hemocentro de sua cidade para ajudar”, conclui Ourives.
Ronaldo Garbin deixa um legado de coragem, dedicação e humanidade que ficará marcado na memória de toda a Serra Gaúcha.