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Sagas que formam mundos, e pessoas também

Quando me contaram que a HBO Max já havia selecionado os novos atores que vão dar vida ao trio de ouro,  Harry, Rony e Hermione, na nova série de Harry Potter, fui correndo conferir. Achei os atores uns amores, e confesso, essa nova Hermione me lembrou muito a personagem que imaginei lendo os livros. Aquela empolgação voltou na hora.

E como quem é fã sabe bem: às vezes tudo o que a gente precisa é de um detalhe novo para mergulhar de novo na história. Foi exatamente isso que aconteceu comigo. Me deu vontade de reler a saga e, junto com ela, veio uma onda de lembranças, e uma reflexão: o quanto essas sagas influenciaram minha formação como pessoa?

Porque não foram apenas livros. Foram janelas para outros mundos e, por consequência, outras formas de ver o nosso.

Pensa comigo: Jogos Vorazes, por exemplo, foi uma das primeiras histórias “teen” que me apresentou questões políticas. A opressão, a manipulação da mídia, a desigualdade social, tudo ali, mascarado numa distopia que me fez pensar muito além da ficção. Divergente veio na mesma linha, com uma mensagem forte sobre identidade, autonomia e pertencimento. E Harry Potter me ensinou sobre coragem, amizade, resistência e, claro, sobre como o amor e o bem podem resistir mesmo nos tempos mais sombrios.

Essas histórias não só me marcaram emocionalmente, como também contribuíram para moldar minha visão de mundo, minha personalidade e até meus valores. E por isso mesmo, acho tão interessante ver como elas continuam vivas,  ganhando novas versões, novos elencos, novas formas.

A verdade é que essas sagas são atemporais. Elas sobrevivem ao tempo e às gerações. Star Wars, Senhor dos Anéis, Harry Potter, Percy Jackson, Jogos Vorazes, todas elas encontram maneiras de se renovar sem perder a essência. E esse processo de adaptação, dos livros para os filmes, dos filmes para as séries,  não é só uma questão de entretenimento. É também uma forma de ampliar o acesso, de chegar a novos públicos. E isso me emociona, porque quando uma história ganha uma nova chance de ser contada, ela também ganha uma nova chance de transformar alguém.

É o caso da série Percy Jackson da Disney+. Quem leu os livros sabe o quanto os filmes deixaram a desejar,  por mais que a gente tenha assistido com carinho, eles não tinham praticamente nada a ver com o enredo original. Mas a série veio como um presente para os fãs: fiel, bem construída, com um cuidado visível nos detalhes e nos personagens. E o mais bonito foi ver que, a partir dela, muita gente voltou aos livros. Adolescentes, jovens adultos e até pais que assistiram com seus filhos,  todos motivados a conhecer a história original com mais profundidade.

E isso não vale só para Percy, basta um trailer novo surgir no streaming para uma chama se reacender. Com o novo filme de Jogos Vorazes: A Cantiga dos Pássaros e das Serpentes,  vi amigos que nunca tinham lido nem assistido os filmes originais começarem a se interessar pela saga inteira. “Preciso entender tudo isso!”, me disseram, e isso é lindo. Ver uma história antiga, que a gente carregou no peito por anos, renascer nos olhos de outra pessoa.

É esse o poder do streaming também: dar uma nova vida para histórias que marcaram uma geração, e apresentar essas narrativas para quem talvez nunca tivesse tido contato com elas. E, muitas vezes, esse primeiro contato visual acaba despertando a curiosidade de ler, de explorar mais, de se aprofundar.

E é por isso que torço tanto para que a nova série de Harry Potter consiga fazer o mesmo. Porque os livros têm camadas que os filmes muitas vezes deixaram de lado. Relações mais complexas, dilemas éticos mais profundos, tramas políticas mais densas. Se a série conseguir explorar tudo isso sem perder a magia, a conexão será ainda mais forte.

Porque no fim das contas, essas histórias não são apenas narrativas. São pontos de encontro entre gerações, são refúgios, provocações, conselhos. Mundos que nos fazem refletir sobre o nosso. E quando ganham novas formas,  seja em série, filme, jogo ou HQ, elas se espalham, se multiplicam, alcançam quem talvez nunca teria pegado o livro numa prateleira, e muitas vezes fazem essa pessoa querer exatamente isso: voltar à fonte. Voltar à leitura, isso é poderoso demais.

Porque no fundo, quem ama essas histórias sabe: elas crescem com a gente. E mesmo quando a gente acha que já sabe tudo sobre elas, elas vêm e mostram que ainda têm algo novo pra ensinar.

Redação enFoco

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