É com imenso orgulho que venho compartilhar com vocês um momento histórico e profundamente simbólico para Santa Maria: a realização da 4ª edição do Festival Internacional LGBTQIAPN+ de Voleibol, que mais uma vez movimentou nosso Centro Desportivo Municipal e, mais do que isso, reafirmou o compromisso de nossa cidade com a diversidade, o respeito e os direitos da comunidade LGBTQIAPN+.
Como autor da lei que inclui o Festival no Calendário Oficial de Eventos de Santa Maria, sinto que esse projeto de lei transcende a formalidade legal. Ele é, na verdade, um gesto político e afetivo, um reconhecimento da luta e da presença da população LGBTQIAPN+ em nossos espaços esportivos, culturais e institucionais. Aprovada por unanimidade pela Câmara Municipal e sancionada em 2022, essa legislação simboliza que Santa Maria é, sim, um território que valoriza o Mês do Orgulho LGBTQIAPN+ com ações concretas. Junho, mais do que um mês de bandeiras coloridas, é um tempo de luta, visibilidade e celebração da vida.
O Festival deste ano contou com 15 equipes de diversas cidades do Rio Grande do Sul, reunindo mais de 200 pessoas entre atletas e comissões técnicas. Isso, por si só, já diz muito sobre o sucesso e a consolidação do evento. Mas vai além: o Festival é um espaço seguro, acolhedor, onde corpos diversos ocupam as quadras e mostram, com garra e talento, que o esporte também é lugar de resistência e afirmação.
Não posso deixar de destacar a presença e o apoio constante da madrinha do evento, Tifanny Abreu, que mais uma vez esteve conosco em Santa Maria. Tifanny é uma referência mundial. Primeira mulher trans a atuar na Superliga Feminina de Vôlei, ela representa com coragem o que significa romper barreiras em um país onde a transfobia ainda mata. Sua participação no Festival é mais do que simbólica: é um ato político, um abraço coletivo em todas as pessoas trans que sonham, lutam e resistem. Tifanny inspira, e sua trajetória é um farol para muitas juventudes LGBTQIAPN+.
A cada edição, o Festival cresce. Algumas equipes infelizmente ficaram de fora por conta da limitação de vagas, o que só reforça a necessidade de continuarmos investindo, ampliando e apoiando iniciativas como essa. O esporte tem o poder de transformar realidades, de curar feridas sociais e de gerar pertencimento. E quando falamos de um evento LGBTQIAPN+ no interior do Rio Grande do Sul, falamos de algo ainda maior: um marco de visibilidade e empoderamento coletivo.
Quero agradecer à Associação Vôlei Futuro, ao professor Jean-Pierre Ávila, aos atletas, aos técnicos e a todos que se dedicam para fazer deste Festival uma referência. Santa Maria está na vanguarda de um movimento que não tem volta: o de afirmar, com todas as letras, que vidas LGBTQIAPN+ importam, contam e brilham.
Como vereador, sigo comprometido com essa pauta. Como cidadão, sigo aprendendo e me fortalecendo com cada sorriso, com cada lágrima de emoção que vi neste último final de semana. O Festival Internacional LGBTQIAPN+ de Voleibol é, mais do que um evento esportivo, uma celebração da coragem, da alegria e da liberdade de ser quem se é.