Santa Maria está ficando cada vez Mais Cinza e Sem Vida

Vamos falar sobre algo que está cada vez mais evidente: nossa cidade está ficando cinza, sem vida, sem espaços que convidem ao lazer, ao encontro, à alegria de viver em comunidade. Enquanto outras cidades investem em parques, ciclovias e praças acolhedoras, Santa Maria parece caminhar na direção oposta.

É triste, mas para ter contato com natureza e espaços bem cuidados, muitos de nós precisamos ir para cidades vizinhas ou clubes privados. Nossas praças estão abandonadas, os poucos jardins são mal conservados e os locais que deveriam ser de convívio viraram terrenos áridos ou pontos de descaso. Cadê os parques onde as famílias poderiam tomar um chimarrão nos finais de semana? Cadê as árvores que davam sombra e frescor?

A reforma do calçadão poderia ter sido uma oportunidade para revitalizar o coração da cidade, mas o resultado foi um espaço frio, sem cor, sem bancos convidativos e pior, sem aquela energia que um centro comercial deveria ter. E a situação da Praça Saldanha Marinho? Uma praça onde as crianças nem podem andar de bicicleta, como se o direito de brincar fosse um crime. Onde está o planejamento que pensa nas pessoas, e não apenas em entregar obras?

Uma cidade sem vida pública é uma cidade que adoece. Se não temos praças agradáveis, parques bem cuidados ou ruas arborizadas, para onde vamos? Ficamos em casa, isolados, enquanto o espaço coletivo vira um deserto urbano, afetando o comércio local.

É nas praças, nos parques que as crianças brincam, vizinhos se encontram, idosos caminham, jovens se divertirem e as histórias se compartilham. Uma cidade que investe nesses espaços está investindo em gente, em bem-estar, em futuro. Santa Maria precisa resgatar isso urgentemente, porque cidade sem vida é cidade sem alma.

Coluna por: Micheli Torrico