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Santa Maria pode se tornar uma “Cidade Esponja”?

As mudanças climáticas e o crescimento urbano acelerado têm colocado muitos municípios diante de um desafio cada vez mais urgente: como lidar com enchentes e alagamentos de forma sustentável? Em Santa Maria, essa questão se tornou ainda mais evidente nos últimos anos, com eventos de chuvas intensas que causam transtornos à população e comprometem a infraestrutura da cidade.

Pensando nisso, protocolei no dia 03/02/2025, o Projeto de Lei nº 9880/2025, que propõe a criação do Programa de Prevenção de Enchentes e Alagamentos no município. O objetivo é incentivar a adoção do conceito de “Cidade Esponja”, um modelo inovador de urbanismo que busca tornar os espaços urbanos mais preparados para absorver, armazenar e reaproveitar a água da chuva.

Ao contrário do modelo tradicional, em que a água das chuvas é rapidamente canalizada para galerias e escoada para rios, a abordagem das Cidades Esponjas propõe uma infraestrutura mais inteligente e sustentável. O conceito baseia-se na criação de superfícies permeáveis e sistemas naturais de drenagem, permitindo que a água infiltre no solo, reduza o impacto das enchentes e ainda possa ser reaproveitada para outros fins.

Grandes metrópoles ao redor do mundo, como Pequim e Copenhague, já vêm implementando essa estratégia com sucesso. E Santa Maria pode seguir o mesmo caminho, adaptando essas soluções à nossa realidade local.

O projeto de lei prevê a implementação de diversas infraestruturas verdes e técnicas de drenagem sustentável, entre elas:

Pavimentos permeáveis – substituindo asfaltos convencionais por materiais que permitem a infiltração da água;
Telhados verdes – coberturas vegetadas que ajudam na absorção e no resfriamento da cidade;
Jardins de chuva – áreas verdes projetadas para captar e filtrar a água da chuva;
Valas de infiltração – canais que direcionam a água para o subsolo, reduzindo o escoamento superficial;
Bueiros ecológicos – que evitam o acúmulo de resíduos e melhoram o sistema de drenagem.

Além de reduzir os riscos de alagamentos, essas medidas contribuem para melhorar a qualidade da água, ampliar os espaços verdes e mitigar as ilhas de calor, tornando a cidade mais resiliente às mudanças climáticas.

Santa Maria precisa repensar seu planejamento urbano com foco na sustentabilidade e na adaptação climática. Esse projeto não é apenas uma resposta emergencial aos problemas de alagamento, mas sim uma estratégia de longo prazo para tornar a cidade mais segura, eficiente e ambientalmente responsável.

Agora, cabe ao poder público e à sociedade discutir e aprimorar essa proposta para que possamos, juntos, construir uma cidade mais preparada para os desafios do futuro.

Redação enFoco

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