“Cada um colhe o que semeia.” Este ditado traduz a realidade do que acontece na maioria dos nossos 497 municípios gaúchos, que tiram seu sustento do campo. No entanto, nos últimos seis anos, as enchentes e estiagens estão testando o ânimo dos produtores. Para evitar que os produtores gaúchos desanimem e parem de plantar, o governo gaúcho lançou, no dia 10 de junho, o Programa Extraordinário de Recuperação da Lavoura de Milho e Sorgo (Milho 100%). O investimento inicial para as safras 2025/2026 e 2026/2027 será de R$ 180 milhões.
Embora expressiva (4.846.927 toneladas) a produção de milho no Rio Grande do Sul é insuficiente para atender a necessidade da indústria de carnes e lácteos. É necessário importar milho de outros países do Mercosul, a exemplo do Paraguai e Argentina, e de outros Estados brasileiros, ao ponto de se ouvir dizer que a proteína (carne) está no Sul, mas o amido (fonte de energia) precisa vir do Sudeste e Centro-oeste. Contudo, não são medidos esforços para que nosso milho passe a ser produzido em solo gaúcho.
O Programa Milho 100% funciona assim: o governo do Estado subsidia 100% do valor total da compra de sementes de milho e sorgo e cada agricultor familiar e pecuarista familiar poderá solicitar até seis sacas de sementes. Desse modo, o recurso público é injetado diretamente no setor primário desencadeando um aporte produtivo em toda a engrenagem consequente de uma boa colheita. O desempenho da economia depende deste setor produtivo que merece ser visto como prioridade, em função do resultado que produz, não é apenas a suficiência na produção do grão que estamos buscando é também a alimentação e o desenvolvimento de aves, suínos, bovinos, peixes que estarão presentes no prato nosso de cada dia.
Ao proporcionar a compra de milho e sorgo, o governo gaúcho alivia o peso dos custos para os agricultores e pecuaristas familiares, injeta tecnologia através de sementes certificadas e adaptados à nossa região e principalmente fortalece a segurança e soberania alimentar de quem produz e de quem consome. A iniciativa motiva quem pensa em desanimar todas as vezes em que surge uma frustração de safra, o que, convenhamos, tem sido frequente. Ao mesmo tempo, o Estado caminha rumo à autossuficiência, reduzindo a necessidade de importar milho e sorgo e por consequência facilitando a indústria e as cadeias subsequentes como a produção de proteínas.
Caso tenham interesse, os produtores rurais devem procurar a Emater/RS-Ascar, prefeituras, sindicatos, associações e cooperativas do município. Essas entidades encaminham o pedido deles ao Fundo Estadual de Apoio ao Desenvolvimento dos Pequenos Estabelecimentos Rurais (Feaper).
Preparar o Rio Grande do Sul para o futuro exige investir em soluções concretas e inovadoras para fortalecer a cadeia produtiva do milho e do sorgo. O Programa Milho 100% representa mais do que um incentivo financeiro: é um compromisso com a sustentabilidade, a autossuficiência e a valorização do trabalho de quem alimenta o nosso Estado, é a esperança de que tenhamos fartura e prosperidade em nossa mesa. Ao apoiar diretamente os agricultores familiares, o governo do Estado garante não só a produção de grãos, mas também o desenvolvimento das cadeias de proteína animal, assegurando alimentos de qualidade na mesa dos gaúchos. Com essa iniciativa, damos um passo decisivo para transformar desafios em oportunidades, promovendo prosperidade no campo e segurança alimentar para toda a população.
Guilherme G. dos Santos Passamani
Engenheiro agrônomo, doutor em Agronomia
Gerente da Emater/RS-Ascar regional de Santa Maria
e-mail: ggsantos@emater.tche.br
1 Comentário:
Sensacional 👏🏻👏🏻
A luta pela segurança alimentar da nação é um caminho árduo e precisamos sempre nos unir pra rumar nosso propósito para alcançar o melhor índice de desenvolvimento Humano possível 🙌🏻