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Show de Lady Gaga no Rio movimenta a economia, receio de intervenção do TSE leva Câmara a aumentar número de deputados, Corrida para imunização contra a gripe – tudo isso e mais, você lê aqui!

  • Dinheiro público bem aplicado: o efeito do show de Lady Gaga na economia do Rio

Enquanto alguns ainda discutem se é função do poder público investir em cultura e entretenimento, a Praia de Copacabana responde com números ensurdecedores. O show gratuito de Lady Gaga reuniu nada menos que 2,1 milhões de pessoas, superando todas as expectativas e se consolidando como o maior evento já realizado na orla carioca — e também o maior da carreira da artista norte-americana.

A apresentação foi um espetáculo em todos os sentidos: de produção, de emoção (com direito a carta lida no palco e lágrimas da cantora) e, sobretudo, de impacto. Segundo a Prefeitura do Rio, a movimentação de turistas extrapolou qualquer projeção inicial. A estimativa era de 240 mil visitantes — chegaram mais de 500 mil turistas entre os dias 1º e 3 de maio, só pela Rodoviária Novo Rio e pelo Galeão.

Essas pessoas não vieram só cantar “Shallow”. Vieram consumir, circular, gastar. Um estudo da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico com a Riotur estima que o show de Lady Gaga deve injetar mais de R$ 600 milhões na economia local, movimentando hotelaria, gastronomia, transporte, comércio e serviços. Isso sem contar os 4 mil empregos temporários, a ocupação hoteleira próxima do limite e a imagem positiva da cidade projetada para o mundo.

Para o público, o show foi gratuito. No papel, um investimento compartilhado entre o poder público, a produtora e os patrocinadores. A produção ficou a cargo da Bonus Track Entretenimento, em parceria com a Live Nation. Os valores totais não foram oficialmente divulgados, mas levantamento do colunista Ancelmo Gois aponta um custo estimado de R$ 92 milhões. Deste montante, R$ 15 milhões foram aportados pela Prefeitura do Rio — valor confirmado no Diário Oficial — e outros R$ 15 milhões pelo Governo do Estado, segundo informou a secretária de Cultura e Economia Criativa, Danielle Barros.

O restante foi viabilizado por uma robusta rede de patrocinadores, que inclui marcas como Corona, Santander, LATAM, Zé Delivery, Guaraná Antarctica, Beats, C&A, TRESemmé, 99, Eventim, Deezer e Klefer. Os aportes e contrapartidas específicas de cada empresa não foram detalhados, mas o modelo de financiamento coletivo reforça a lógica: grandes eventos culturais se viabilizam melhor quando há sinergia entre capital público e privado.

Diante disso, a velha crítica de que “a prefeitura deveria investir em saúde, e não em show” soa rasa. Não é uma escolha entre cultura ou serviços básicos. É compreender que eventos como esse geram arrecadação, ativam a economia e permitem que o setor público tenha mais fôlego para investir em todas as áreas — inclusive saúde e educação.

A Prefeitura do Rio mobilizou um esquema robusto de segurança, logística e acolhimento ao público, e a operação integrada funcionou. O projeto “Rio o Ano Inteiro” mostrou que não se trata apenas de trazer artistas internacionais. Trata-se de colocar a cidade no mapa dos grandes acontecimentos e colher, com inteligência, os frutos disso.

O Brasil esperou mais de 10 anos por Lady Gaga. O Rio, talvez, esperasse há ainda mais tempo por uma política cultural que entenda que espetáculo também é política — e pode ser, sim, política pública de qualidade.

  • Com medo do TSE, a Câmara se antecipa

Com medo de perder cadeiras após a atualização do Censo de 2022, a Câmara dos Deputados articula uma manobra que pode inflar sua própria composição. O plano é aprovar, até 30 de junho, uma proposta que eleva o número de deputados federais de 513 para 527 — tudo para evitar que estados com queda populacional percam representatividade. O argumento central é preservar a “equidade federativa”, mas, na prática, o que se busca é blindar capital político. A solução seria driblar a decisão do STF, que determinou a redistribuição das cadeiras com base na nova população, sem aumentar o total de vagas.

A proposta, de autoria de Dani Cunha (União-RJ) e relatada por Damião Feliciano (União-PB), tenta ainda deslegitimar o próprio Censo como critério, alegando “inconsistências”. A ironia é que a Câmara corre para votar em regime de urgência um projeto que mexe com a espinha dorsal da representatividade brasileira, sem discussão mais ampla com a sociedade. Cresce o número de deputados, mas também a distância entre a política institucional e o interesse público. Afinal, trata-se de garantir mandatos.

  • Tarcísio e o desafio de manter o governo em meio à disputa eleitoral

O governo de Tarcísio de Freitas (Republicanos) já vive a tensão das eleições de 2026, com secretários se preparando para deixar seus cargos e se candidatar. Entre as possíveis saídas, destacam-se nomes como Guilherme Derrite (Segurança Pública), que busca uma vaga no Senado, e Valéria Bolsonaro (Políticas para a Mulher), que pretende disputar a Assembleia Legislativa. Outros, como Gilberto Kassab (Secretário de Governo), sonham com a vice-governadoria ou até com o comando do estado, caso Tarcísio decida disputar a Presidência. Essas movimentações refletem um governo em transição e um cenário de incertezas para o futuro político de São Paulo.

O dilema do governador será como manter a estabilidade administrativa diante dessas disputas internas. A saída de secretários pode impactar diretamente a governabilidade, especialmente em setores sensíveis como a segurança, onde a troca de comando gera divisões. No entanto, Tarcísio também se vê diante da decisão de lançar sua própria candidatura ao Planalto. O que se desenha é um cenário de alta mobilização política dentro do governo, com as eleições de 2026 se tornando uma verdadeira prova de fogo para a gestão paulista.

  • Déficit de peões e o futuro do tradicionalismo gaúcho

A cena se repete em diferentes cantos do Rio Grande do Sul, nos salões de dança dos CTGs, enquanto as invernadas se apresentam, faltam peões para formar os pares com as gurias. Nos grupos juvenis e pré-mirins, o déficit de meninos é alarmante e crescente. Mais do que uma simples escassez de dançarinos, trata-se de um reflexo da falta de incentivo e das mudanças nos hábitos dos jovens, que cada vez mais se distanciam da cultura gaúcha.

Com a crescente presença das tecnologias, jornadas de trabalho precoces e a falta de uma política pública de fomento à cultura tradicionalista, o movimento está perdendo força. Enquanto as prendas continuam a preservar a tradição, muitos peões acabam deixando o campo cultural em busca de outras atividades. O novo secretário da Cultura do Estado, Eduardo Loureiro, prometeu atuar diretamente para reverter esse quadro e focar na valorização da cultura gaúcha. Espera-se que seja mais do que uma promessa, já que, se a dança precisa de par, a tradição precisa de política.

  • Santa Maria corre contra o tempo para proteger grupos prioritários da gripe

Santa Maria segue mobilizada na corrida contra a gripe. No sábado (3), o município realizou o Dia D de vacinação contra a Influenza em 11 unidades de saúde. O resultado: 3.001 pessoas foram vacinadas contra a gripe e outras 377 receberam vacinas de rotina. Um total de 3.778 doses aplicadas em um único dia, refletindo o esforço da prefeitura em ampliar a cobertura vacinal antes da chegada do frio mais intenso.

Desde o início de abril, mais de 15 mil pessoas já foram imunizadas contra a Influenza. O número é positivo, mas ainda está longe da meta: vacinar 90% dos cerca de 135 mil moradores que integram os grupos prioritários. Para acelerar o processo, a Secretaria Municipal da Saúde apostou em uma estratégia ousada: antecipar em uma semana o início da campanha em relação ao calendário nacional.

“A ideia foi atuar com prevenção o quanto antes”, afirma o secretário da Saúde, Guilherme Ribas. Segundo ele, a vacinação segue disponível nas Unidades Básicas de Saúde, com horários ampliados e ações específicas para públicos vulneráveis.

Mas, como em anos anteriores, ainda há barreiras que impedem o avanço mais célere da campanha. A baixa procura de certos grupos – especialmente crianças, gestantes e puérperas – levanta um alerta. Os motivos são múltiplos: desde a falsa percepção de que a gripe é inofensiva até o impacto da desinformação e do cansaço vacinal que se instalou após a pandemia. Soma-se a isso a dificuldade de conciliar a rotina de trabalho com os horários de vacinação e o descuido com o calendário de imunização.

Enquanto isso, o vírus segue circulando. Em 2024, Santa Maria registrou quatro mortes por Influenza e 14 internações graves por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), a maioria em UTIs. A doença é especialmente perigosa para idosos, crianças pequenas e pessoas com comorbidades – justamente os públicos com menor adesão.É por isso que ações como o Dia D são tão importantes. Elas não apenas aproximam a vacina da população, mas ajudam a lembrar que o cuidado com a saúde coletiva exige informação, acesso e confiança. Vacinar é um ato de proteção mútua – e, em tempos de desinformação, também é um gesto de responsabilidade.

Reinaldo Guidolin

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