Com a aprovação da Reforma Tributária, o sistema brasileiro caminha para profundas transformações na forma de apuração e recolhimento de tributos. Dentre as novidades mais relevantes está o 𝘴𝘱𝘭𝘪𝘵 𝘱𝘢𝘺𝘮𝘦𝘯𝘵, ou “pagamento fracionado”. Inspirado em modelos internacionais, esse mecanismo visa combater a sonegação e aumentar a eficiência da arrecadação. No entanto, o setor empresarial encara a proposta com cautela, apontando desafios práticos e a urgente necessidade de compensações, sobretudo via desoneração tributária.
O que é o Split Payment?
O 𝘴𝘱𝘭𝘪𝘵 𝘱𝘢𝘺𝘮𝘦𝘯𝘵 consiste na separação automática, no ato do pagamento, do valor referente ao imposto sobre o consumo — IBS (Imposto sobre Bens e Serviços) e CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços) — que será transferido diretamente ao fisco. Essa operação será possível apenas em transações realizadas por meios eletrônicos, como pix, transferências bancárias, cartões e plataformas de pagamento digital. Nessas modalidades de pagamentos, a medida eliminará o risco de inadimplência por parte do contribuinte quanto ao repasse dos tributos ao governo.
Limitações na Aplicação
Contudo, o 𝘴𝘱𝘭𝘪𝘵 𝘱𝘢𝘺𝘮𝘦𝘯𝘵 não poderá ser aplicado em pagamentos realizados em dinheiro vivo, por não haver como automatizar a separação dos tributos nessa modalidade. Da mesma forma, em operações a prazo, onde não há liquidação financeira até o limite do prazo para apuração dos impostos, o tributo continuará sendo recolhido via guia mensal até a data de vencimento — modelo similar ao atual.
Esse ponto levanta preocupações no meio empresarial devido aos impactos financeiros e operacionais que a coexistência de dois modelos pode gerar. Como o 𝘴𝘱𝘭𝘪𝘵 𝘱𝘢𝘺𝘮𝘦𝘯𝘵 será aplicável apenas a pagamentos eletrônicos, enquanto transações em dinheiro ou a prazo seguirão o modelo tradicional, há o risco de aumento da complexidade no controle interno das empresas, além de dificultar o planejamento de caixa. O setor teme que essa dualidade operacional possa resultar em custos adicionais e insegurança sobre a correta apuração e compensação de créditos tributários, o que afeta diretamente a sustentabilidade dos negócios.
Justificativas para a Implementação
A motivação por trás do 𝘴𝘱𝘭𝘪𝘵 𝘱𝘢𝘺𝘮𝘦𝘯𝘵 é clara: combater a sonegação e aumentar a arrecadação sem, teoricamente, elevar a carga tributária nominal. Com o recolhimento direto no ato da operação, o fisco reduz consideravelmente as brechas para inadimplência, fraudes e uso de créditos fictícios. Além disso, o modelo oferece maior previsibilidade para o Estado em relação às receitas.
Visão Empresarial: Entre a Concordância e a Preocupação
Apesar de reconhecerem os méritos do 𝘴𝘱𝘭𝘪𝘵 𝘱𝘢𝘺𝘮𝘦𝘯𝘵 no combate à evasão fiscal, os empresários demonstram preocupação quanto aos efeitos colaterais da medida. Muitos enxergam o modelo como uma antecipação forçada do pagamento de tributos, que pode agravar os problemas de fluxo de caixa, especialmente em setores com margens apertadas ou alta rotatividade de estoque.
A obrigatoriedade do recolhimento imediato, sem possibilidade de gestão financeira sobre o tributo, transfere para o contribuinte a rigidez do sistema bancário e elimina a flexibilidade que muitos negócios dependem para sobreviver.
Além disso, há um alerta recorrente sobre o impacto da cumulatividade oculta, caso os créditos do sistema não sejam aproveitados de forma fluida. A falta de clareza sobre prazos de compensação e regras para o uso de créditos tributários alimenta a insegurança jurídica.
O Que Precisa Melhorar
Para que o 𝘴𝘱𝘭𝘪𝘵 𝘱𝘢𝘺𝘮𝘦𝘯𝘵 tenha maior aceitação e cumpra seu papel sem sufocar o setor produtivo, são necessárias algumas medidas que considero essenciais:
As entidades empresariais, de modo geral, têm se mostrado favoráveis à implementação do 𝘴𝘱𝘭𝘪𝘵 𝘱𝘢𝘺𝘮𝘦𝘯𝘵, reconhecendo seu potencial de combate à sonegação fiscal e sua contribuição para um ambiente de negócios mais justo e competitivo. No entanto, destacam que para o sucesso dessa medida é indispensável que o governo atue com equilíbrio e sensibilidade, promovendo a redução das alíquotas de IBS e CBS como forma de compensar o natural incremento na arrecadação decorrente da maior eficiência no recolhimento. Assim, o 𝘴𝘱𝘭𝘪𝘵 𝘱𝘢𝘺𝘮𝘦𝘯𝘵 poderá consolidar-se como uma ferramenta estratégica de modernização fiscal, que, aliada com incentivos que resultem em desoneração de impostos, promoverá estímulo à conformidade tributária no país.
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