Por Reinaldo Guidolin
Foto: Maurício Tonetto
O Rio Grande do Sul está no centro da crise comercial provocada pela decisão do governo dos Estados Unidos de impor uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros. Segundo levantamento da Federação das Indústrias do Estado (Fiergs), o estado é o segundo mais afetado do país, com potencial de perda de R$ 1,92 bilhão no PIB. O cenário já afeta contratos e pedidos de exportação, mesmo antes da entrada em vigor da medida, prevista para 1º de agosto.
Nesta sexta-feira (18), o governo estadual realizou uma reunião no Palácio Piratini para reunir informações e articular ações diante da nova política tarifária. O encontro, liderado pelo governador Eduardo Leite, contou com a presença do cônsul-geral dos EUA em Porto Alegre, Jason Green, além de representantes da indústria gaúcha, diplomatas norte-americanos e lideranças empresariais.
Leite alertou sobre os impactos à economia e defendeu a postergação da vigência das tarifas para que haja tempo hábil de negociação. “Existem empresas no Estado que exportam praticamente 100% da sua produção para os Estados Unidos. Comunidades inteiras estão sob risco. E esse impacto não será sentido apenas aqui: há também consequências diretas sobre cadeias produtivas e empregos nos próprios Estados Unidos”, disse o governador.
Durante o encontro, foram ouvidos representantes de quatro setores fortemente expostos ao mercado norte-americano: armas e munições, madeira e móveis, pescados e calçados. Segundo dados da Fiergs, os EUA representam 11,2% de todas as exportações da indústria de transformação gaúcha, totalizando cerca de US$ 1,8 bilhão em 2024. No setor de armas e munições, a dependência é ainda maior: 85,9% das exportações têm os EUA como destino.
A indústria calçadista também está entre as mais vulneráveis. O setor exportou US$ 133,8 milhões para os EUA neste ano, o equivalente a 48% de sua produção. A Abicalçados estima que até 7,6 mil postos de trabalho podem ser perdidos no estado. Outros segmentos fortemente dependentes do mercado americano incluem:
Representantes empresariais relataram que os efeitos do tarifaço já estão sendo sentidos: há registros de cancelamento de pedidos, suspensão de contratos e interrupção de compras por parte dos importadores norte-americanos. No Porto de Rio Grande, empresas solicitaram a retenção de contêineres enquanto revisam contratos.
A Fiergs destacou que o RS tem 1,1 mil indústrias exportadoras para os EUA, que juntas empregam cerca de 145 mil pessoas. “Mesmo não sendo um dos três maiores estados em termos de PIB, temos um dos maiores índices de dependência das exportações. Isso explica o nosso lugar entre os mais impactados”, afirmou o economista-chefe da entidade, Giovani Baggio.
Leite defendeu que o governo federal adote medidas emergenciais para apoiar os setores mais atingidos, caso a política tarifária não seja revista. A Fiergs, por sua vez, enfatizou a necessidade de uma resposta diplomática firme e equilibrada por parte do Brasil.
“O nosso papel como Estado é fornecer informações qualificadas para que o Brasil possa negociar com base em argumentos sólidos. E, acima de tudo, assegurar que essa crise não seja usada politicamente. O que está em jogo é o Brasil, não projetos eleitorais”, afirmou o governador.
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