Vivemos em um tempo em que a velocidade da mudança e das transformações tecnológicas supera a capacidade das instituições tradicionais de acompanhá-las. Para os estudantes do ensino médio, que estão em uma fase crucial de formação de identidade e escolhas profissionais, esse cenário representa tanto uma oportunidade quanto um desafio. Mais do que nunca, é essencial que a escola se abra para temas que cruzem tecnologia, identidade e futuro profissional, criando espaços de escuta e debate.
A tecnologia já não é um acessório na vida dos adolescentes, ela é o próprio meio de convivência, de comunicação, lugar de fala, de construção de mundo. As redes sociais, a inteligência artificial, os algoritmos e os influenciadores digitais moldam opiniões, hábitos e até valores desses adolescentes em formação. Mas o que muitas vezes falta é um espaço crítico para entender o que tudo isso significa, tanto do ponto de vista ético quanto pessoal. Que tipo de identidade se constrói sob a lógica dos likes e dos filtros? Que profissões emergem nesse novo contexto digital?
Ao mesmo tempo, os jovens são pressionados a escolher um caminho profissional cada vez mais cedo. Mas como decidir sobre o futuro se mal compreendemos o presente? Como projetar uma carreira se os próprios empregos do futuro ainda estão sendo inventados? É nesse ponto que o cruzamento entre tecnologia, identidade e projeto de vida se mostra fundamental. Mais do que ensinar conteúdos prontos, a escola precisa oferecer perguntas relevantes, discussões instigantes e autonomia para pensar. Neste sentido, no colégio Antônio Alves Ramos (Pallotti), estou trabalhando com as turmas do primeiro ano do ensino médio, com as chamadas profissões do futuro, como “especialista em implantes cerebrais”, “terapeuta de reabilitação digital”, “cirurgião de memória”, “designer de bebês” e “especialista em simplicidade”, para compartilhar alguns exemplos.
Além disso, oferecer espaço para que os estudantes se expressem, exponham dúvidas, compartilhem experiências e debatam opiniões é um passo decisivo para torná-los protagonistas do próprio percurso. A escuta ativa, o diálogo respeitoso e a valorização das múltiplas vozes são estratégias pedagógicas que não apenas enriquecem o aprendizado, mas também fortalecem o senso de pertencimento e de responsabilidade.
Em um mundo cada vez mais digital, veloz e incerto, educar para o futuro é, antes de tudo, educar para pensar criticamente, para conhecer a si mesmo e para imaginar novos caminhos. E isso só é possível quando a escola se conecta com o que realmente move e inquieta os jovens.
Afinal, formar cidadãos preparados para o futuro é mais do que oferecer conhecimento técnico: é cultivar consciência, identidade, propósito, dar e ser exemplo.
Prof. Dr. Mateus Frozza
Economista. Professor Universitário. Ceo Frozza Consultores Associados
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