Com investimento aprovado de R$ 903 milhões, provenientes do Fundo de Reconstrução (Funrigs), e inscrições abertas de 17 de setembro até 17 de outubro, a Operação Terra Forte chega com uma proposta ousada: oferecer aos produtores gaúchos não apenas auxílio financeiro, mas também acompanhamento técnico personalizado e estímulo a práticas sustentáveis. Mais do que um programa de governo, o Terra Forte é uma estratégia de reconstrução e reposicionamento da agricultura familiar como eixo central do desenvolvimento rural e da resiliência climática e econômica do Estado. Não há lugar para o “mais do mesmo” nas propriedades rurais, mas para um novo olhar, mais sustentável, longevo e planejado.
Na Região Central, o Terra Forte contemplará 35 municípios e beneficiará diretamente 1.280 agricultores familiares, que terão acesso a até R$ 30 mil para aplicar em projetos produtivos individualizados. Embora o atendimento direto contemple cerca de 15 mil propriedades familiares, o impacto indireto pode alcançar até 150 mil unidades produtivas, espalhadas pela imensa maioria dos municípios gaúchos. Essa abrangência demonstra a ambição da política pública, que vai muito além do apoio pontual, buscando estruturar um novo padrão de produção.
A centralidade do solo
O diferencial do Terra Forte está no solo. Ao longo dos últimos anos, o Rio Grande do Sul tem enfrentado crises sucessivas provocadas por estiagens e eventos climáticos extremos. Nesse contexto, recuperar a fertilidade do solo não é apenas uma questão de produtividade, mas de sobrevivência da atividade agropecuária.
Mais do que transferir dinheiro, o programa pretende orientar investimentos de forma eficiente e sustentável, investindo no solo para alcançar um futuro próspero.
Uma política de alcance coletivo
Patrulhas agrícolas mecanizadas, assistência técnica especializada e governança compartilhada completam o desenho do Programa. O Comitê de Governança, por exemplo, garantirá transparência, monitoramento e integração entre órgãos do Estado, universidades, instituições de pesquisa e organizações da sociedade civil. Os conselhos municipais farão a seleção dos beneficiários, discutindo as potencialidades e conhecendo a realidade de cada município e a individualidade de cada propriedade.
Agricultura familiar como protagonista
O Programa visa reposicionar a agricultura familiar no centro da reconstrução do Estado, estimulando um setor desafiador e responsável pela imensa parte da produção de alimentos em nosso Estado.
Mais do que recuperar a fertilidade do solo, o programa simboliza a recuperação da autoestima de milhares de famílias rurais que, diante das dificuldades impostas pelas mudanças climáticas, encontram agora uma política de Estado capaz de oferecer apoio técnico, financeiro e institucional.
Um futuro mais resiliente
O desafio do século XXI para a agricultura não é apenas produzir mais, mas produzir de forma sustentável, respeitando os limites ambientais e considerando os aspectos sociais. Nesse sentido, a Operação Terra Forte é mais do que uma resposta emergencial: é uma aposta na construção de um futuro rural mais forte, sustentável e resiliente para o Rio Grande do Sul.
Foto: José Schafer
Guilherme G. dos Santos Passamani
Engenheiro agrônomo, doutor em Agronomia
Gerente da Emater/RS-Ascar da região de Santa Maria
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