- Teste de fogo do Governo Decimo

O prefeito Rodrigo Decimo (PSD) apresentou, nesta segunda-feira (3), o projeto de Reforma da Previdência dos servidores municipais, acompanhado do procurador-geral do Município, Guilherme Cortez. A proposta, elaborada com apoio técnico do Instituto Gamma de Assessoria a Órgãos Públicos (IGAM), foi detalhada em coletiva de imprensa no Gabinete do Prefeito e, logo após, protocolada na Câmara de Vereadores. O tema, que já nasce polêmico, promete mobilizar o funcionalismo e colocar à prova a capacidade de articulação política do governo.
A reforma segue a linha das mudanças feitas pela União, pelo Estado e por outros municípios gaúchos. Entre as principais alterações estão o aumento progressivo das alíquotas de contribuição, que variam de 14% a 21,5% conforme a faixa salarial, e a elevação da idade mínima para aposentadoria, que passará a ser de 65 anos para homens e 62 para mulheres, com exceções específicas para professores. A contribuição patronal, feita pela Prefeitura, também deve subir de 23% para 28%, numa tentativa de equilibrar as contas do Regime Próprio de Previdência Social (RPPS).
O argumento do Executivo é de que o sistema atual está à beira do colapso. Hoje, a Prefeitura precisa destinar cerca de R$ 15 milhões por mês, ou R$ 180 milhões por ano, para manter o regime. Em 2025, o valor deve aumentar em R$ 35 milhões, chegando a R$ 215 milhões, considerando o aporte extra para garantir o pagamento de aposentadorias e pensões. O governo sustenta que o déficit previdenciário ameaça as finanças municipais e impede avanços em áreas essenciais, como educação, saúde e infraestrutura.
Mas se o desafio técnico é grande, o político é ainda maior. A proposta é vista como um teste de fogo para o Executivo, tanto pela urgência de resolver o problema quanto pela impopularidade da medida. O governo Decimo terá seu maior embate na Câmara de Vereadores e, mais precisamente, dentro da própria base aliada, que será chamada a defender um projeto sensível diante da pressão do funcionalismo.
As entidades que representam o funcionalismo, o Sindicato dos Professores Municipais (Sinprosm) e o Sindicato dos Municipários de Santa Maria, já se posicionaram contra a proposta e prometem intensificar a pressão sobre os vereadores. O projeto foi protocolado ontem no Legislativo e agora segue o trâmite regimental. Após a análise técnica da Procuradoria da Câmara, será encaminhado ao plenário para a criação de uma comissão especial, formada por três vereadores, responsável por examinar o conteúdo, promover audiências públicas e sugerir eventuais alterações. Somente depois de cumpridas essas etapas é que a matéria será levada à votação final em plenário.
Enquanto o Executivo defende a necessidade de “ajustes para garantir o futuro do sistema”, como frisou o prefeito, o clima que se desenha é de forte resistência. E, no tabuleiro político de Santa Maria, a Reforma da Previdência tende a ser um divisor de águas.
- Cacequi decreta emergência financeira

Se em Santa Maria o debate gira em torno da sustentabilidade do regime previdenciário, em Cacequi o problema financeiro já chegou ao limite. A Prefeitura anunciou, nesta segunda-feira (3), a suspensão do atendimento ao público no Gabinete do Prefeito por 15 dias. A decisão, assinada pelo prefeito em exercício, Edson Luiz Lima Fragoso (Republicanos), foi comunicada pelas redes oficiais do Executivo.
O decreto cita uma “calamitosa situação econômica, financeira e institucional” e estabelece situação de emergência financeira, além da criação de um comitê de crise para buscar soluções que garantam o pagamento de obrigações legais e a manutenção dos serviços essenciais. Durante o período de suspensão, o atendimento ao público será restrito, enquanto o grupo trabalha para reequilibrar as contas.
A medida, embora extrema, expõe um quadro que se repete em várias cidades gaúchas. Com queda de arrecadação, aumento de despesas e pressão sobre a folha, o desequilíbrio orçamentário já não é apenas uma ameaça, é uma realidade que começa a comprometer o funcionamento das administrações municipais.
- Movimento pela antecipação da duplicação da RSC-287

A duplicação da RSC-287 voltou ao centro das discussões em Santa Maria. Na tarde desta segunda-feira (3), o prefeito Rodrigo Decimo reuniu lideranças políticas e empresariais na sede da Cacism para tratar da possibilidade de antecipar as obras no trecho que corta o município. O encontro foi resultado da agenda da última semana na Secretaria Estadual da Reconstrução Gaúcha.
Além da duplicação, estiveram em pauta a isenção de pedágio para os moradores dos distritos de Palma e Arroio do Só e o acompanhamento das obras de reconstrução da ponte sobre o Arroio Grande. As instituições participantes ficaram responsáveis por encaminhar à Cacism relatórios técnicos e estudos já elaborados, que subsidiarão um documento coletivo a ser apresentado no dia 19 de novembro à Secretaria da Reconstrução.
A proposta é demonstrar, com base em dados concretos, o impacto econômico e logístico que a antecipação da duplicação traria à região. Os materiais devem ser enviados até sexta-feira (7), e uma nova reunião do grupo foi marcada para o dia 11 deste mês.
- Leite ganha força no PSD com possível desistência de Ratinho Júnior

Um dia depois de se reunir com o presidente do PSD Nacional, Gilberto Kassab, em São Paulo, o governador Eduardo Leite (PSD) voltou a admitir a possibilidade de disputar a Presidência da República em 2026. Em entrevista à Rádio Gaúcha, ele citou a frase de Tancredo Neves “Presidência é destino” e reafirmou estar à disposição para construir uma candidatura de centro, alternativa ao lulismo e ao bolsonarismo.
A chance de Leite ser o nome da centro-direita ao Planalto, antes considerada remota, ganhou força nos últimos dias. A mudança ocorreu após a informação de que o comunicador Ratinho teria dito a interlocutores do presidente Lula (PT) que o filho, Ratinho Júnior (PSD), governador do Paraná, não será candidato. No PSD, Leite ocupa a terceira posição na “fila presidencial”. À frente dele estão Tarcísio de Freitas (Republicanos), governador de São Paulo, e o próprio Ratinho Júnior, que ingressou no partido antes do gaúcho. Com o paranaense fora do páreo, o governador do Rio Grande do Sul passa a ser visto como uma opção viável para representar o campo moderado.
Na entrevista, Leite afirmou que “faz política com sentido de missão” e destacou que o PSD oferece melhores condições para “reunir forças” em torno de um projeto nacional de centro. Disse ainda que o cenário é volátil e que “muita coisa ainda vai acontecer” até 2026, mantendo aberta a possibilidade de disputar o Senado, caso a candidatura presidencial não avance.
Enquanto isso, segue com cautela na sucessão do Piratini. Leite considera o vice-governador Gabriel Souza (MDB) o nome natural para liderar o processo, mas ressalta que a candidatura não se impõe, precisa ser construída dentro da base aliada. Nos bastidores, a avaliação é de que o governador, seja candidato ou não, continuará como o principal articulador político do grupo e terá influência direta na formação da chapa majoritária de 2026.
- Heinze se antecipa ao PP

O senador Luis Carlos Heinze (PP) se adiantou às indefinições do partido e declarou apoio a Luciano Zucco (PL) na corrida ao governo do Estado. O anúncio foi feito em Jaguari, durante evento do PL, no sábado (1º). Heinze também afirmou que apoiará Ubiratan Sanderson (PL) e Marcel van Hattem (Novo) para o Senado. Vestindo uma camisa azul da Seleção Brasileira, o senador disse que “a direita precisa estar unida”.
A declaração movimentou o Progressistas, que ainda não definiu seu rumo para 2026. O partido tem dois pré-candidatos à chapa majoritária, o deputado federal Covatti Filho e o deputado estadual Ernani Polo, além disso, é cortejado tanto por Zucco quanto por Gabriel Souza (MDB). O gesto de Heinze reforça o alinhamento com o campo bolsonarista e aumenta a pressão sobre a direção do PP.
Covatti Filho reagiu dizendo ser “impossível” que Heinze concorra a vice na chapa do PL, já que teria pouco apoio dentro do partido e classificou o episódio como uma manifestação pessoal. O senador rebateu a fala, afirmando que foi convidado por Zucco há dois meses para o posto e que tem apoio de boa parte dos correligionários. “Posso não ter apoio da família Covatti, mas essa não é a posição do partido”, disse Heinze.
- Pressionado por prefeitos, Ernani Polo quer manter PP no campo governista

As recentes movimentações do senador Luis Carlos Heinze, que declarou apoio ao deputado Luciano Zucco (PL) e até se colocou como possível vice na chapa oposicionista, acenderam o alerta dentro do Progressistas. Prefeitos do partido têm pressionado o secretário de Desenvolvimento Econômico, Ernani Polo, a articular sua pré-candidatura ao governo em sintonia com a base de Eduardo Leite, evitando um racha interno. A pressão cresceu após o presidente estadual do PP, Covatti Filho, lançar-se como pré-candidato e admitir diálogo com o PL.
Aos correligionários, Polo tem sido firme: considera incoerente integrar o governo e, ao mesmo tempo, negociar alianças com quem faz oposição a ele. “Fazemos parte desse projeto e temos de trabalhar para que o que construímos não seja destruído por quem é oposição”, afirma. Para o secretário, a coalizão ideal deve reunir PSD, MDB, PSDB, PDT e os demais partidos que compõem a base atual.
Pré-candidato declarado, Polo recorda que o próprio Leite, ao defender a unidade da base, não impôs o nome do vice-governador Gabriel Souza como cabeça de chapa, embora o considere favorito. Ele destaca que os prefeitos do PP reconhecem o apoio do governo estadual e o avanço em áreas como saúde e segurança. “Esse resultado só foi possível porque o governador colocou as contas em dia e promoveu o ajuste fiscal”, diz.
- Pressão por candidatura de Sartori

Em mais um capítulo da série de encontros regionais do MDB, líderes do partido praticamente convocaram o ex-governador José Ivo Sartori a disputar uma vaga de deputado federal em 2026. O episódio ocorreu em Farroupilha, cidade natal de Sartori, onde correligionários aproveitaram a reunião para pressionar o ex-governador a se lançar na eleição.
O apelo mais incisivo partiu do prefeito Jonas Tomazini (MDB), que puxou Sartori pelo braço até o centro do palco e falou “em nome da Serra e dos prefeitos” para que ele represente a região em Brasília. O gesto foi apoiado por 18 prefeitos e 24 vices da Serra, reforçando o coro de lideranças. Também participaram do movimento o ex-senador José Fogaça (MDB), o ex-governador Germano Rigotto (MDB) e o vice-governador Gabriel Souza (MDB), pré-candidato ao Palácio Piratini.
Sartori não se comprometeu, mas animou os presentes. “Se não tem provocação, não acontece nada. Provocação no bom sentido, para produzir resultados concretos”, disse. O partido aguarda uma decisão durante o congresso estadual, marcado para 29 de novembro. Caso aceite, Sartori reforçará a nominata do MDB, enfraquecida pela saída de Osmar Terra (MDB) e pela decisão de Márcio Biolchi (MDB) de não disputar a reeleição.
- A política dos gestos

A relação entre Eduardo Leite (PSDB) e Juliana Brizola (PDT) resistiu ao desgaste natural da política e agora ganha contornos de solidariedade pessoal. Após ser indiciada pela Polícia Civil sob suspeita de se apropriar de dinheiro da avó, a pedetista recebeu do governador uma mensagem de apoio, em que ele afirmou que “a verdade vai prevalecer”. O gesto tem peso simbólico, já que Leite relembrou o período em que também foi alvo de denúncias relacionadas a exames de prevenção de câncer quando prefeito de Pelotas. Em 2021, o Ministério Público arquivou o inquérito sobre o caso por não encontrar irregularidades.
O episódio reaquece os laços entre o Piratini e o PDT, fortalecidos desde a eleição municipal de 2024, quando o governador apoiou Brizola na disputa pela prefeitura de Porto Alegre. Mesmo em meio à acusação, a ex-deputada mantém-se ativa politicamente, com agendas no interior e na capital, buscando demonstrar resiliência e preservar seu capital político. Publicamente, Juliana também recebeu apoio de correligionários e de nomes da esquerda, como Paulo Pimenta (PT) e Manuela D’Ávila.
- Julgamentos do TRE-RS
Quatro prefeitos terão seus mandatos em jogo nesta quarta-feira, quando o Tribunal Regional Eleitoral julgará pedidos de cassação contra Rogério Monteiro (MDB), de Rio Pardo, Frederico Becker (PP), de Bom Jesus, Pedro Almeida (PSD), de Passo Fundo, e Cristian Wasem (MDB), de Cachoeirinha. O Ministério Público Eleitoral manifestou-se pela condenação de Monteiro e Becker, e pela manutenção dos mandatos de Almeida e Wasem.
- Disputa para o comando do TJ-RS
Será no dia 24 de novembro a eleição para o comando do Tribunal de Justiça. Concorrem os desembargadores Antonio Vinicius Amaro da Silveira e Eduardo Uhlein, em uma disputa tão equilibrada quanto a balança de Themis.
- Prefeitura da capital lança ofensiva por recursos para ampliar o HPS

A Prefeitura de Porto Alegre lançou uma campanha para arrecadar recursos destinados à ampliação do Hospital de Pronto Socorro (HPS), referência estadual em trauma e queimaduras. O projeto prevê a construção de um anexo com 11 mil metros quadrados e pelo menos oito andares, ampliando em 110 o número de leitos e praticamente dobrando a capacidade atual do hospital. O investimento estimado é de R$ 140 milhões, com início das obras previsto para 2026, caso o financiamento seja viabilizado.
Designado pelo prefeito Sebastião Melo para coordenar a mobilização, o diretor de Relações Institucionais da Saúde, Paulo Guimarães, tem buscado apoio junto à bancada federal gaúcha, que vota nesta terça-feira (4) as emendas de bancada ao orçamento de 2026. A ideia é garantir a inclusão do projeto entre as prioridades. Guimarães também tenta engajar entidades empresariais, como Fiergs e Federasul, defendendo que a ampliação do HPS é uma causa coletiva. “Chegou a hora de a sociedade gaúcha unir esforços para ampliar e qualificar este essencial hospital”, resume.
A área destinada à obra, localizada nos fundos da Rua José Bonifácio, já pertence ao município. O novo prédio deve abrigar salas cirúrgicas, uma ala de exames de imagem, com a primeira ressonância magnética do hospital, e novas unidades de internação, o que deve reduzir a superlotação. Melo tem articulado pessoalmente o apoio político, em encontros com deputados e líderes estaduais, defendendo que “o HPS cuida da gente, agora é a nossa vez de cuidar do HPS”.
- Pente fino nos atestados

A prefeitura de Porto Alegre apertou o cerco contra irregularidades nas licenças médicas de servidores. O pente-fino coordenado pela vice-prefeita Betina Worm (PL) tem revelado casos inusitados, como: o de uma funcionária afastada por motivos de saúde que oferecia nas redes sociais serviços de astrologia e consultoria amorosa com a promessa de “trazer seu amor de volta”. Flagrada, ela pediu exoneração antes mesmo da perícia.
A força-tarefa começou pelos servidores afastados há mais de seis meses, especialmente os denunciados ao 156 ou a outros canais da prefeitura. Os técnicos também monitoram redes sociais, onde alguns “doentes” se exibem em viagens ou exercendo atividades incompatíveis com o laudo médico. Um motorista com hérnia que trabalhava como Uber em Florianópolis e uma técnica de enfermagem do HPS que, mesmo proibida de erguer peso, atuava em outro hospital estão entre os exemplos citados por Betina.
Desde o início das auditorias, as licenças médicas no HPS caíram 7%. Segundo a vice-prefeita, o objetivo não é punir, mas coibir fraudes que oneram o município. “Queremos respeitar quem realmente precisa, mas não dá para aceitar abusos, porque isso custa ao cidadão”, diz. Dos 13 mil servidores ativos, cerca de 700 estão afastados, a maioria por depressão, ansiedade ou problemas de coluna. Na Educação, o secretário Leonardo Pascoal apostou em estímulo oposto, um bônus por produtividade vinculado à frequência, o que já reduziu o número de atestados.
- Jardim Botânico na rota turística de Santa Maria

A Prefeitura de Santa Maria estuda a inclusão do Jardim Botânico da UFSM no ecossistema de turismo do Município e da Região Central. A proposta foi tema de uma visita técnica do prefeito Rodrigo Decimo, do secretário de Turismo, Ewerton Falk, e de representantes da universidade, que discutiram possibilidades de integração do espaço às rotas turísticas locais.
Durante o encontro, foram apresentadas as trilhas, o jardim sensorial e as coleções botânicas mantidas no local, que destacam o potencial do Jardim como patrimônio natural e científico. A ideia é fortalecer o turismo sustentável, aliando preservação ambiental, educação e lazer.
A iniciativa integra o planejamento da Prefeitura para diversificar os atrativos turísticos de Santa Maria, ampliando a valorização de espaços ligados à UFSM, como o próprio Jardim Botânico, o Planetário e o Museu Gama D’Eça.








