Os tumores mamários são uma das neoplasias mais comuns em cadelas e gatas, especialmente as não castradas. Diante de um nódulo mamário, é fundamental entender que o tratamento vai muito além da simples remoção do tumor. Uma abordagem completa envolve diagnóstico preciso, estadiamento adequado e, em muitos casos, tratamentos complementares como a quimioterapia.
Antes da cirurgia, é imprescindível realizar exames de pesquisa de metástase. O ultrassom abdominal é um método acessível e útil para avaliação de fígado, baço e linfonodos abdominais. No entanto, apresenta limitações na detecção de pequenas lesões. O raio-X torácico é indicado para avaliar metástases pulmonares, mas pode deixar passar alterações menores. Já a tomografia computadorizada oferece maior sensibilidade e detalhamento, sendo especialmente recomendada para casos suspeitos ou quando se deseja um estadiamento mais preciso.
A cirurgia deve ser planejada com critério. Em muitos casos, a mastectomia radical — com retirada de toda a cadeia mamária e dos linfonodos regionais — é a abordagem mais indicada, visando a redução do risco de recidiva e a disseminação do tumor. Cirurgias com margens limitadas podem comprometer o prognóstico do pet.
O exame histopatológico do material removido é essencial. Ele define o tipo tumoral, grau de malignidade e presença de invasão vascular ou linfática. Essas informações são determinantes para indicar ou não a necessidade de quimioterapia adjuvante, que pode aumentar significativamente o tempo e a qualidade de vida do animal em casos mais agressivos.
O sucesso no tratamento dos tumores mamários depende de uma conduta integrada, personalizada e fundamentada na medicina baseada em evidências. A prevenção ainda é o melhor caminho: a castração reduz drasticamente o risco de desenvolvimento desses tumores.
