Como vereador atuante e cidadão comprometido com a justiça social, não posso deixar de me manifestar diante de um símbolo tão poderoso que agora ocupa um espaço de destaque em nossa cidade: o Banco Vermelho, instalado no Calçadão Salvador Isaia, no coração de Santa Maria.
Muito mais do que um objeto urbano, esse banco é um grito de alerta. Um convite à reflexão e à ação. Representa a luta silenciosa e muitas vezes solitária de milhares de mulheres que enfrentam diariamente a violência doméstica, psicológica, sexual e até mesmo o risco de morte.
Em pleno Agosto Lilás, mês dedicado à conscientização pelo fim da violência contra a mulher, esse gesto simbólico ganha ainda mais força. Ele ecoa uma causa que, dentro da Câmara Municipal, sempre teve minha atenção e defesa constante. A instalação do banco também vem ao encontro do Projeto de Lei nº 9922/25, de autoria do vereador Sidinei Cardoso, com o qual me solidarizo e que reforça o compromisso do Legislativo com políticas públicas que protejam as mulheres.
Os números são alarmantes e não nos permitem calar. De acordo com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, o Brasil registrou, em 2024, 1.463 feminicídios. Isso representa uma mulher morta a cada 6 horas, vítima da violência de gênero. No Rio Grande do Sul, somente no primeiro semestre deste ano, foram registrados mais de 50 casos de feminicídio. Santa Maria, infelizmente, também tem seus números e cada número representa uma vida perdida, uma família devastada, uma história interrompida.
Como parlamentar, tenho reforçado constantemente a necessidade de ampliar as políticas de acolhimento, proteção e empoderamento das mulheres. Defendo a destinação de recursos para a ampliação da Casa de Acolhimento às Mulheres Vítimas de Violência, o fortalecimento do COMDIM (Conselho Municipal dos Direitos da Mulher) e a criação de campanhas educativas permanentes nas escolas, empresas e espaços públicos.
O Banco Vermelho, com as frases “Não se cale, não se culpe. Denuncie” e “Sentar e refletir. Levantar e agir”, não é apenas um banco é um símbolo. Um marco na paisagem urbana que nos chama à responsabilidade coletiva. Ele serve para lembrar que não podemos mais tolerar o silêncio, a omissão ou a indiferença.
Que cada mulher que se sentar ali sinta que não está sozinha. Que cada pessoa que passar por ele compreenda que é dever de todos nós denunciar, apoiar e proteger. Como vereador, estarei sempre ao lado dessa luta. Porque defender a vida das mulheres é defender a dignidade, a liberdade e o futuro da nossa cidade.
Rudys Rodrigues
Vereador Municipal de Santa Maria
Mandato comprometido com a justiça social e os direitos humanos
