Envelhecer LGBT+: Antigas Vozes, Novos Orgulhos. É com essa força, com essa poesia da sobrevivência e com essa convocação tão necessária que Santa Maria recebe, em 2025, a 23ª Parada Livre LGBTQIAPN+. Um tema que nos provoca a olhar para trás com carinho e para frente com coragem; que nos convida a reconhecer o valor imensurável das pessoas LGBT+ que romperam décadas de silêncio, enfrentaram a violência diária e seguraram firme a chama da diversidade para que hoje pudéssemos existir com mais dignidade. É uma celebração de resistência, visibilidade e afeto e, acima de tudo, um chamado profundo para que as velhices LGBT+ ocupem o lugar de honra que sempre mereceram.
A Parada do Orgulho LGBT+ de 2025 nos convoca a algo maior do que celebrar cores: ela nos chama a olhar para o tempo com respeito, ternura e verdade. Convoca a cidade, o Estado e o país a reconhecerem que as velhices LGBT+ não são apenas parte da nossa história elas são a própria espinha dorsal que sustenta cada passo que damos hoje. É memória viva, resistência que pulsa dignidade construída em décadas de coragem.
E é exatamente nesse chamado tão urgente, tão bonito e tão necessário que encontro a força de caminhar como o primeiro vereador gay da quinta maior cidade do Rio Grande do Sul. Carrego comigo a honra, o peso e o privilégio de representar uma comunidade que lutou antes de mim, muito antes que tivéssemos o direito de existir aos olhos da sociedade. O orgulho que trago no peito é, antes de tudo, herança. É continuidade.
Como padrinho da Diversidade Rio Grande do Sul 2025, percorri cidades, estradas, praças, avenidas e tantas Paradas LGBT+ pelo Sul do país. Caminhei ao lado de quem transforma cada esquina em resistência e cada abraço em afeto político. Em cada parada, em cada bandeira estendida ao vento, eu me lembrava de uma verdade profunda: ninguém chega até aqui sozinho. Caminhei guiado por histórias, por mãos enrugadas que abriram caminhos, por vozes que sobreviveram ao tempo e ao silêncio imposto.
Esses pioneiros nossas velhices LGBT+ carregam nas rugas a geografia da luta. No brilho dos olhos, a coragem de quem ousou viver quando viver era considerado afronta. No passo, às vezes mais demorado, a altivez de quem jamais desistiu. São nossas pessoas idosas LGBT+ que nos ensinam, com uma generosidade quase sagrada, que envelhecer também é uma forma de vitória.
O tema escolhido para 2025 “Envelhecer LGBT+: Antigas Vozes, Novos Orgulhos, não é só uma afirmação de liberdade: é um manifesto de vida. É a rebeldia bonita de existir plenamente, com desejo, com autonomia, com o direito de escolher a si mesmo mesmo quando o mundo tenta impor limites. E foi percorrendo o Estado como padrinho da Diversidade que compreendi, com ainda mais profundidade, o quanto nossas velhices LGBT+ têm sido faróis silenciosos que iluminam cada geração que vem depois.
Vi senhoras trans que resistiram quando o país ainda lhes negava nome e dignidade.
Vi homens gays que sobreviveram à epidemia de HIV, ao abandono programado e à solidão forçada, e que hoje sorriem ao ver jovens de mãos dadas nas ruas.
Vi mulheres lésbicas que sustentaram comunidades inteiras, enfrentando o machismo e a lesbofobia com dignidade e firmeza.
Vi bissexuais idosos que, por décadas apagados, finalmente podem declarar sua verdade.
Vi pessoas não-binárias mais velhas que, apenas recentemente, encontraram palavras para aquilo que sempre sentiram.
E testemunhar essas vidas caminhando comigo foi lembrar que meu mandato não é sobre mim é sobre nós. É sobre as vozes que ecoo, as histórias que carrego os sonhos que herdamos. Ser padrinho da Diversidade em 2025 não é um título simbólico; é presença, é construção, é compromisso com cada vida que fez essa travessia possível.
Como vereador, como homem gay, como alguém que cresceu sonhando com um mundo mais justo, sinto um orgulho que transborda. Mas nada absolutamente nada me emociona mais do que honrar nossas velhices LGBT+. Porque envelhecer sendo LGBT+ é revolucionário. É sobreviver onde muitos foram interrompidos. É florescer onde a sociedade tentou arrancar raízes. É lembrar ao mundo que o amor não tem prazo, que a dignidade não tem idade e que a representatividade precisa atravessar gerações inteiras.
2025 será lembrado como o ano em que o Rio Grande do Sul escutou suas velhices LGBT+ com mais carinho, mais verdade e mais respeito. E eu seguirei acompanhando cada passo dessa luta com o compromisso que sempre assumo: o de garantir que nenhuma história seja apagada, nenhum amor seja diminuído, nenhuma pessoa LGBT+ envelheça invisível.
Somos memória. Somos continuidade. Somos futuro.
E enquanto nossas velhices caminharem ao nosso lado, enquanto suas histórias ecoarem em nossas vozes, o orgulho jamais perderá cor, força ou sentido.
Porque foi por elas, e graças a elas, que chegamos até aqui.
E por elas seguiremos com coragem, com afeto e com toda a intensidade colorida de quem sabe exatamente quem é e diz, sem hesitar:
“Esse eu quero e pronto.” E Envelhecer LGBT+: Antigas Vozes, Novos Orgulhos
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