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Verão de 2025: o que os novos dados sobre aquecimento global nos dizem sobre o que vem pela frente

Estamos entrando no verão, a estação mais aguardada por muitos, e também a que mais expõe a face real da crise climática. Os últimos relatórios divulgados nesta semana reforçam um cenário que já vínhamos percebendo na prática: o planeta continua aquecendo em ritmo acelerado, e os impactos disso chegam cada vez mais fortes ao nosso cotidiano.

A Organização Meteorológica Mundial (WMO) divulgou que 2025 tem tudo para terminar entre os anos mais quentes já registrados. Este dado, por si só, já indicaria atenção. Mas o ponto mais preocupante é o padrão: não se trata de um ano “fora da curva”, e sim de uma tendência consistente de aquecimento global.

Essa tendência se manifesta em ondas de calor mais longas, noites que não refrescam, aumento da umidade, um combo que afeta saúde, agricultura, infraestrutura e planejamento urbano.

Segundo o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (UNEP), o mundo está muito próximo de ultrapassar a marca de +1,5°C acima dos níveis pré-industriais, considerada o “limite seguro” para evitar danos irreversíveis.

Ultrapassar esse limiar significa:

  • mais eventos extremos (chuvas concentradas, tempestades, vendavais);
  • maior pressão sobre o abastecimento hídrico;
  • mais riscos para cidades e regiões vulneráveis;
  • aumento do nível do mar e erosão costeira.

É um impacto global que se traduz, no Brasil, em realidades muito concretas: enchentes históricas, estiagens severas e verões insuportáveis.

Um estudo recente aponta que a Índia está aquecendo mais rápido do que o previsto. Geografias distintas, realidades distintas, mas uma mensagem comum: ninguém está imune ao ritmo atual de aquecimento.

Assim como vimos no Rio Grande do Sul, no Amazonas e em Santa Catarina, eventos extremos que antes eram “de 50 em 50 anos” agora chegam em intervalos cada vez menores, exigindo resiliência e adaptação imediatas.

Significa que:

  • teremos calor mais intenso e prolongado;
  • os eventos extremos tendem a ser mais frequentes;
  • a demanda por energia e água aumenta;
  • cresce a necessidade de planejamento urbano, gestão de risco, licenciamento ambiental responsável e obras mais resilientes.

A crise climática deixou de ser um alerta distante: agora ela se manifesta na temperatura que sentimos, na água que falta ou sobra, no impacto dos ventos, na instabilidade das chuvas.

O início do verão marca também um chamado: precisamos olhar para obras, cidades e projetos com a lente da adaptação climática. Não basta mitigar; precisamos preparar nossas estruturas para um clima mais agressivo.

Isso envolve:

  • projetos que considerem drenagem eficiente;
  • controle de erosão;
  • escolha de áreas mais seguras;
  • materiais e métodos que resistam melhor ao calor;
  • planos de contingência;
  • avaliação ambiental criteriosa;
  • atualização dos processos de licenciamento.

A nova era climática exige responsabilidade técnica, decisões baseadas em evidências e coragem para mudar padrões. Este verão, que chega com dados alarmantes, reforça exatamente isso: o futuro é agora, e nossas escolhas importam.

Mariana

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