A chegada do verão, com seu calor que abraça a terra, anuncia também a safra da melancia no Rio Grande do Sul. Suculenta, doce e refrescante, ela é como um sabor gelado em uma tarde quente, uma lembrança afetiva as grandes confraternizações familiares de final de ano e um convite para pausarmos e saborearmos a vida. Entre as frutas mais consumidas do mundo, destaca-se não só pelo, mas também pelo valor nutricional que carrega: um verdadeiro cofre natural repleto de cálcio, fósforo, magnésio, sódio e potássio, além das vitaminas A, C e do complexo B. Não à toa, seu consumo ajuda rins, intestino e estômago a trabalharem em harmonia, como uma orquestra suave que acalma o corpo.
O crescimento da cultura da melancia também faz florescer a economia. Dados do IBGE revelam que o valor da produção nacional saltou de R$ 1,76 bilhão, em 2020, para R$ 2,42 bilhões em 2024, movimento impulsionado pelo aumento do volume e pela valorização da fruta no mercado. É como se cada hectare cultivado fosse uma semente que germina oportunidades e sustento para muitas famílias.
O Rio Grande do Sul figura entre os cinco maiores produtores do país, enquanto Goiás lidera o ranking. No ano passado, o Brasil colheu 1,97 milhão de toneladas, cultivadas em 83,2 mil hectares, espalhados por 150,2 mil propriedades rurais. Um mosaico produtivo que evidencia a força da agricultura nacional, com rendimento médio de 23,7 mil quilos por hectare.
Em Cacequi, no coração do Estado, cerca de 180 hectares cultivados e aproximadamente 40 famílias dedicadas à fruta transformam o município no 16º maior produtor gaúcho. Ali, cada pedaço de terra conta histórias de trabalho, sol a sol, e de esperança plantada a cada safra.
A região também se orgulha de São Francisco de Assis, que desponta nesta temporada com 450 hectares cultivados e o título de sétimo maior produtor do Rio Grande do Sul, já com a colheita em pleno ritmo. No topo do pódio gaúcho está Triunfo, que, com cerca de 2.500 hectares, prevê cerca de 100 mil toneladas colhidas. Hoje, o produtor recebe em média R$ 1,30 por quilo, valor que deve baixar a partir de janeiro conforme a oferta aumenta. Da região Central, as melancias seguem viagem, abastecendo municípios gaúchos e atravessando fronteiras rumo a Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Mato Grosso e Goiás.
A cultura segue sendo um pilar importante para a Agricultura Familiar, como uma colheita que sustenta não só mesas, mas histórias de vida. Nesse caminho, a Emater/RS-Ascar acompanha os produtores com orientação técnica sobre manejo do solo, controle de plantas invasoras e práticas de irrigação — um apoio que fortalece a cadeia produtiva e mantém viva essa tradição que colore o verão com tons de verde e vermelho.







