Por Reinaldo Guidolin
Mesmo tendo nascido em Porto Alegre, o vice-governador do Rio Grande do Sul, Gabriel Souza (MDB), gosta de dizer que é natural de Tramandaí, e não é para menos, já que foi por lá que desenvolveu boa parte da sua trajetória de vida. É na cidade litorânea que vivem seus pais, muitos dos amigos de infância e onde a filha Dora, de quase oito anos, também cresce cercada pelo cheiro do mar e as lindas paisagens. “Tenho um carinho enorme por Tramandaí, tanto que costumo dizer que é a minha cidade natal. As lembranças mais marcantes dessa fase são justamente desse início da minha vida pública, que começou ali, no Litoral”, recorda. Foi ainda adolescente que se envolveu no grêmio estudantil, experiência que abriu caminho para ajudar a formar outros grêmios e, pouco depois, viajar pelo Estado criando núcleos da Juventude do MDB, um movimento que lhe deu as primeiras lições de liderança e articulação política.
Casado há mais de 20 anos com Talise, que conheceu justamente na militância jovem do partido, Gabriel sempre buscou formas de manter a família próxima, mesmo em meio à intensa rotina no Palácio Piratini. “Ela esteve comigo desde o início, sabe bem como é minha rotina. Quando há agenda nos finais de semana e feriados, muitas vezes a Talise e a Dora estão comigo. E, nos eventos no Litoral Norte, meus pais estão sempre presentes”, conta. Entre Porto Alegre, onde hoje mora, e Tramandaí, onde mantém casa, os finais de semana são divididos entre almoços na casa dos pais e visitas a Independência, onde moram os sogros. “É a forma de estarmos juntos e também da minha família participar da minha vida pública. Todos são grandes incentivadores”, afirma.
O ritmo acelerado de viagens e decisões exige equilíbrio e energia. Essa atenção ao próprio bem-estar, no entanto, só ganhou força após a pandemia. Na época, o sobrepeso trouxe problemas de saúde e foi o gatilho para uma mudança de hábitos. “Decidi mudar, num processo gradual, com exercícios e alimentação balanceada. Hoje pratico atividade física em média cinco vezes por semana e mantenho uma dieta equilibrada. Isso me ajuda muito a cumprir a rotina intensa, preservando a saúde física e mental”, explica.
Formado em Medicina Veterinária pela Ulbra, Gabriel sempre foi apaixonado por animais. “Desde a infância eu tinha duas paixões: a medicina e os animais. Acabei unindo as duas coisas ao escolher a medicina veterinária”, diz. Essa ligação se traduziu também em atuação legislativa, com projetos voltados à causa animal, como o apresentado agora na Assembleia Legislativa que cria o Fundo Estadual de Bem-Estar Animal. Em casa, os pets sempre ganharam nomes peculiares, inspirados em figuras históricas e políticas. “Já tive o Ulisses, o Getúlio e, mais recentemente, a Anitta, uma cadela que ganhou esse nome em homenagem a Anita Garibaldi e que nos acompanhou por 13 anos”.
Além da formação em Veterinária, Gabriel é mestre em Direito Empresarial, especialista em Gestão Pública e atualmente cursa doutorado em Administração Pública no Instituto Brasileiro de Ensino, Desenvolvimento e Pesquisa (IDP). Também acumula formações executivas em instituições como a Escola de Saúde Pública da Universidade de Harvard, Insper, FGV e Banco de Desenvolvimento da América Latina. Mas é a soma dessa bagagem acadêmica com a experiência política — tanto no Legislativo quanto no Executivo — que, segundo ele, oferece um olhar mais completo para os desafios do Estado. “Essa vivência nos dois poderes me deu uma visão mais ampla dos problemas e das soluções possíveis. Liderar o governo Sartori, num momento de ajuste fiscal, me marcou profundamente. Hoje, no Executivo, busco ser interlocutor, mediador e acelerador de processos”, afirma.
Entre todos os momentos de sua carreira, nenhum foi tão marcante — e doloroso — quanto o enfrentamento às tragédias climáticas recentes. “Na tragédia de setembro de 2023, passei 15 dias no Vale do Taquari; na de maio de 2024, estive 10 dias no Vale do Rio Pardo e, depois, na capital, coordenando o gabinete de crise. Foram dias críticos, que me marcaram profundamente”, relembra. Para ele, o desafio agora é estruturar o Estado para ser mais resiliente diante das mudanças climáticas, o que passa por obras, políticas públicas e novas formas de planejamento.
Aos 41 anos, com 25 dedicados à vida pública, Gabriel diz que sua motivação é a mesma de quando começou: “O inconformismo com o que ainda precisa ser feito.” Essa inquietação se reflete também no olhar de pai. “Trabalho por ela, pela geração dela e pelas que virão. Quero deixar um Estado mais preparado, com economia forte, educação de qualidade e saúde estruturada”, afirma, ao lembrar que o futuro do Rio Grande do Sul depende de investimentos consistentes em capital humano.
Sobre as especulações de uma candidatura ao governo em 2026, mantém cautela. “É natural que, pela primeira vez na história recente, um governador tenha sido reeleito e as pessoas olhem para o vice como possível sucessor. Recebo com alegria e responsabilidade quando lembram do meu nome, mas hoje meu foco é 100% no governo. Ainda temos muito a entregar”, afirma.
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