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Viver e escutar – A psicanálise como caminho de autoconhecimento

Desde cedo, Angélica Costa Zanini desejava construir uma vida ligada à reflexão e ao conhecimento. Natural de Santa Maria, iniciou sua trajetória acadêmica pela Filosofia, paixão que conserva até hoje. Mas foi na psicologia que encontrou seu caminho.

“Psicologia não era só uma escolha profissional, era um sonho que comecei a flertar ainda na sétima série”, lembra Angélica.

Conciliar cursos e trabalhar na empresa familiar do pai exigiu uma decisão difícil, mas a jovem optou por seguir seu sonho e se dedicar com qualidade aos estudos. Formada em psicologia, Angélica aprofundou-se em Clínica Psicanalítica, com mestrado na UFSM em Distúrbios da Comunicação Humana e, posteriormente, concluiu sua formação em Psicanálise pelo Centro de Estudos Psicanalíticos de Porto Alegre (CEP-PA). No entanto, a formação em psicanálise é contínua, e por isso Angélica segue aprofundando seus estudos até hoje.

Além do consultório, a Psicanalista já coordenou grupos de estudo, deu aulas em cursos de especialização e atua hoje como supervisora clínica. Angélica também levou a psicanálise para o teatro, interpretando personagens como Clarice Lispector e Alice Winnicott.

A escuta singular na psicanálise

Na prática, Angélica ressalta que cada processo analítico é único. “A psicanálise não se ocupa de comparações nem de rótulos, mas da escuta singular e subjetiva de cada sujeito”, explica. O foco, portanto, não está no sintoma, mas no desejo e na trajetória de cada indivíduo.

Esse processo é lento, pois o tempo psíquico não segue o ritmo do relógio. Acessar o inconsciente requer paciência: ele se revela pela fala do sujeito, que se expressa no momento e da forma que lhe é possível. E é na transferência com o analista que o trabalho acontece. “Um sonho não pode ser traduzido em códigos prontos: o mesmo objeto pode ter milhares de significados diferentes”, destaca.

Angélica lembra ainda que a formação do psicanalista passa pela própria experiência de análise. “O psicanalista nasce no divã. Freud já dizia que a formação exige três pilares: análise pessoal, estudo teórico e supervisão clínica.”

A ética que sustenta esse trabalho é individual, não se baseia em julgamentos morais nem em soluções rápidas. Tomar consciência de algo não basta: é preciso atravessar um longo processo psíquico até chegar no inconsciente.

Mais do que buscar uma felicidade plena – que, para ela, não existe -, a psicanálise propõe outra lógica: tornar a vida interessante. Inspirada em Contardo Calligaris, Angélica acredita que viver é aprender a lidar com o sofrimento e com as frustrações, mas também reconhecer os prazeres e desejos que tornam cada existência singular.

A análise não entrega respostas prontas. Ela abre caminhos para que cada pessoa possa revisitar sua história e se tornar autora da própria vida.”

Mariana

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