- Famurs leva a Brasília demandas para conter efeitos da taxação americana

Em reunião com o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) nesta terça-feira (9), em Brasília, a presidente da Famurs e prefeita de Nonoai, Adriane Perin (Progressistas), entregou ao governo federal uma lista de cinco pedidos para mitigar os efeitos do tarifaço imposto pelos Estados Unidos às exportações gaúchas. Entre as propostas estão a inclusão do setor madeireiro na lista de exceções do tributo norte-americano e a criação de um programa emergencial de manutenção de empregos, semelhante ao adotado durante a pandemia de covid-19.
O Rio Grande do Sul é o estado brasileiro mais impactado pela medida, já que 87,5% das exportações locais aos EUA ficaram de fora das exceções. O setor moveleiro, responsável por 70% das vendas da indústria de transformação gaúcha ao mercado norte-americano, projeta perdas de até US$ 848 milhões em dois anos. Além de móveis, cadeias como calçados, couro, metalmecânica, máquinas agrícolas e alimentos estão entre as mais prejudicadas. Alckmin sinalizou apoio às demandas, em linha com o Plano Brasil Soberano lançado em agosto pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que prevê R$ 30 bilhões em crédito e flexibilização tributária para setores afetados.
- Leite avalia dilema político na escolha da secretária da Mulher

A recriação da Secretaria da Mulher, aprovada por unanimidade pela Assembleia Legislativa em 26 de agosto, deve ser sancionada pelo governador Eduardo Leite (PSDB) na próxima sexta-feira (12), durante a abertura da Conferência Estadual de Políticas para as Mulheres. A cerimônia também marcará o anúncio da futura titular da pasta, mas o nome ainda não está definido. A principal cotada é a deputada Nadine Anflor (PSDB), delegada e ex-chefe de polícia, que já se colocou à disposição e até esboça sugestões para a estruturação da secretaria.
A entrada de Nadine, no entanto, enfrenta um dilema político. Pré-candidata à reeleição e com planos de trocar o PSDB pelo PSD em 2026, ela teria de deixar o cargo em abril para cumprir os prazos da Justiça Eleitoral, o que daria à secretaria apenas seis meses de gestão. Mais sensível, porém, é o efeito da suplência: sua saída da Assembleia abriria vaga para o vereador de Porto Alegre Jessé Sangali (PL), hoje alinhado à oposição e próximo do deputado federal Luciano Zucco (PL). O Piratini teme fortalecer um adversário político com visibilidade parlamentar, ainda que temporária.
Por isso, Leite avalia alternativas. Parlamentares que estiveram com o governador na Expointer acreditam que ele pode optar por um nome técnico, sem vínculo partidário, garantindo estabilidade até o fim do mandato em 2026. Nadine, por sua vez, assegura que ajudará na pauta das mulheres de qualquer forma, como secretária ou como deputada, e já sinalizou ao governador uma lista de possíveis indicações para a função, caso não aceite o convite.
- PDT RS entre a coligação governista e o PT

Deputados estaduais do PDT reagiram mal à presença de Juliana Brizola em um evento do PT na semana passada. Embora o bom desempenho da pedetista nas pesquisas ao governo do Estado entusiasme setores do partido, a bancada gaúcha não admite a possibilidade de dividir palanque com os petistas em 2026. O desconforto tem base na aliança firmada com o governador Eduardo Leite, que rendeu ao partido a Secretaria da Cultura, comandada por Eduardo Loureiro, e sinalizou o alinhamento da sigla à coligação governista. Além disso, parlamentares avaliam que uma aproximação com o PT pode trazer desgaste em suas bases eleitorais.
Do outro lado da disputa interna, Juliana Brizola tem um ativo de peso: o aval do presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, para seguir adiante com a pré-candidatura ao Piratini. A divergência expõe a tensão entre a estratégia nacional da sigla, que aposta na projeção de Juliana, e os cálculos locais da bancada estadual, mais inclinada a manter os vínculos com o governo Leite do que a arriscar uma aliança com o partido de Lula.
- Republicanos gaúcho traça metas para 2026 e projeta crescimento eleitoral

Em reunião nesta segunda-feira, deputados gaúchos do Republicanos discutiram cenários políticos estaduais e nacionais, além das eleições de 2026. O presidente estadual, Carlos Gomes, anunciou a meta de ampliar a bancada para pelo menos seis deputados estaduais e quatro federais.
Atualmente, o partido conta com cinco estaduais — Capitão Martim, Delegado Zucco, Eliana Bayer, Gustavo Victorino e Sergio Peres — e dois federais, Franciane Bayer e Ronaldo Nogueira, suplente de Gomes, que lidera a Secretaria Estadual de Habitação. Hamilton Mourão representa a sigla no Senado.
Entre os temas tratados, também esteve a possibilidade de o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, concorrer à Presidência em 2026.
- Diagnóstico do APM Têxtil revela desafios e potencial de crescimento

O Arranjo Produtivo Municipal Têxtil (APM Têxtil) de Santa Maria avançou mais uma etapa ao apresentar, nesta segunda-feira (8), na Estação Sicredi, o diagnóstico das 15 empresas que compõem o grupo. O levantamento, elaborado pelo Núcleo de Inovação e Competitividade (NIC) da UFSM, mapeou pontos fortes, fraquezas e oportunidades, revelando um setor em transformação. Entre os principais gargalos, a carência de mão de obra qualificada e a alta rotatividade permanecem como desafios, com demanda especialmente para costureiras, modelistas, operadores de máquina e vendedores. Ainda assim, o setor mostra resiliência: embora 60% das vendas estejam concentradas em Santa Maria, houve crescimento de 93% nas negociações com outras cidades desde 2023, impulsionado pelo uso mais estratégico das redes sociais.
O diagnóstico também expôs fragilidades no planejamento interno das empresas, com baixo uso de metas, indicadores e visão de longo prazo, ao mesmo tempo em que identificou grande disposição para investir em tecnologia, maquinário e ferramentas de gestão. Nesse cenário, a Prefeitura de Santa Maria projeta medidas estruturantes, como a criação de um programa de formação de mão de obra em três níveis pelo RS Qualificação Recomeçar, a partir de 2026, além da disponibilização de linhas de crédito de até R$ 21 mil pelo Crédito Santa Maria Têxtil. Já no curto prazo, ações como o feirão de empregos, que resultou em 11 contratações imediatas, evidenciam um esforço de resposta prática. A aposta é de que, com cooperação entre empresários e apoio institucional, o setor têxtil possa ampliar sua competitividade e gerar maior impacto econômico regional.
- Nova licitação do transporte público enfrenta resistência em Passo Fundo

A licitação do transporte coletivo urbano voltou ao centro do debate em Passo Fundo. Na tarde desta terça-feira (9), a Câmara de Vereadores sediou audiência pública em que a empresa Matricial Engenharia Construtiva apresentou o projeto básico que servirá de referência para o novo modelo de concessão. O documento traz um raio-x do sistema atual e projeta mudanças, como o aumento de 32 para 40 linhas, frota mais nova e acessibilidade universal. O contrato terá prazo de 20 anos, prorrogáveis por mais dez.
O procurador-geral do município, Giovani Corralo, ressaltou que todas as manifestações feitas pela comunidade e entidades serão respondidas publicamente até a próxima semana, antes de o material ser encaminhado ao Tribunal de Contas do Estado (TCE), que precisa dar aval prévio ao edital, um processo que pode levar até 90 dias. Representantes do sindicato dos rodoviários, no entanto, protestaram contra o fechamento da Codepas, anunciado em agosto pela prefeitura, e defenderam a manutenção dos empregos.
A tarifa técnica, definida em R$ 9,15, também foi discutida na audiência. Embora seja apenas um parâmetro, a possibilidade de uma passagem acima da média atual acende o alerta para um tema sensível na vida dos passageiros. Com o cronograma sucessivamente adiado, de 2023 para 2024 e agora para 2025, a licitação avança sob pressão social, política e econômica, em meio a um sistema que exige modernização, mas enfrenta resistência das categorias afetadas.
- Lula deve visitar o Rio Grande do Sul em 19 de setembro para acompanhar programas de reconstrução

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem previsão de cumprir agenda no Rio Grande do Sul na sexta-feira, 19 de setembro, véspera do feriado da Revolução Farroupilha. A data ainda depende de confirmação oficial, assim como as cidades que serão visitadas.
A viagem, articulada por políticos gaúchos próximos ao presidente, como o deputado federal Paulo Pimenta e o secretário federal Maneco Hassen, tem como objetivo acompanhar moradias entregues pelo programa ‘Minha Casa, Minha Vida – Reconstrução’ e verificar a situação de famílias afetadas pelas enchentes de 2024.
O roteiro também deve incluir visitas a residências ainda não entregues, reforçando a atuação do governo federal na reconstrução de áreas atingidas pelas enchentes.
- Movimento LGBT+ pede sanção de cotas para pessoas trans em concursos de Porto Alegre

Cerca de 20 ativistas do movimento LGBT+ entregaram, nesta terça-feira (9), uma carta à primeira-dama Valéria Leopoldino, solicitando a sanção do projeto que cria cotas de 1% para pessoas transexuais em concursos públicos e vagas de estágio na Capital. A proposta da vereadora Natasha Ferreira (PT) foi aprovada na Câmara e agora depende da decisão do prefeito Sebastião Melo, que tem até 17 de setembro para sancionar ou silenciar sobre a matéria.
Assinado por mais de 270 entidades e lideranças, o documento ressalta que as cotas podem abrir caminho para uma vida digna e garantir direitos historicamente negados à população trans, como moradia, saúde e estabilidade financeira. Valéria Leopoldino, que mantém boa relação com a comunidade, já participa anualmente da Parada Livre e de outras atividades ligadas ao público LGBT+.
Em caso de silêncio do prefeito, o projeto retornaria à Câmara e a presidente da Casa, Comandante Nádia (PL), seria obrigada a promulgá-lo, embora se declare contrária à iniciativa. A medida também recebeu apoio da conferência municipal de Direitos Humanos no último sábado (6).
- PL desiste de expulsão e mantém deputado Antônio Carlos Rodrigues com advertência

O Partido Liberal (PL) voltou atrás e decidiu manter o deputado federal Antônio Carlos Rodrigues na sigla, mais de um mês após anunciar sua expulsão. A medida foi tomada com advertência, após o parlamentar criticar, em julho, a decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de aplicar a Lei Magnitsky ao ministro do STF Alexandre de Moraes.
O Conselho de Ética do partido considerou que Rodrigues “agiu dentro dos limites do direito à liberdade de expressão”, mesmo com opiniões divergentes da bancada, e recomendou que não reincidisse nesse tipo de conduta. Na época da decisão de expulsão, o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, afirmou que a pressão interna havia sido intensa e justificou a sanção a Rodrigues como uma defesa da postura do partido em relação a Trump.
Rodrigues, por sua vez, manteve a crítica ao presidente americano, classificando a sanção a Moraes como um “absurdo” e defendendo a atuação independente do Brasil em assuntos internos.