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Redes sociais e ansiedade: o que a psicologia revela

Na era digital, em que estamos sempre conectados, o uso excessivo de telas tem provocado consequências reais no bem-estar emocional, especialmente entre crianças, adolescentes e jovens adultos. De acordo com o psicólogo Murilo Padilha de Bairros, especialista em Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) e neurociências, os impactos das redes sociais vão muito além do entretenimento superficial. Eles alteram diretamente a forma como sentimos, nos relacionamos e nos percebemos no mundo. 

“O cérebro não consegue separar o que é digital do que é real. A exposição constante ao ambiente virtual, especialmente às redes sociais, favorece o processo de comparação, o que pode gerar sofrimento, baixa autoestima e sintomas de ansiedade e depressão”, afirma Murilo. Ele explica que o sistema neurológico humano não está preparado para lidar com o volume de estímulos e interações proporcionado pela internet. Isso cria um descompasso entre nossas necessidades emocionais e o que as redes oferecem, conexões rápidas, mas rasas.

Para a psicologia comportamental, o vício em tecnologia é um fenômeno cada vez mais evidente. “Vivemos uma epidemia digital. O reforço social constante, como curtidas e comentários, atua como recompensa imediata e vicia”, explica. Essa dependência se torna ainda mais preocupante quando afeta a rotina, o sono, os estudos ou as relações pessoais.

O uso saudável da tecnologia exige consciência e autorregulação. Segundo Murilo, um dos principais sinais de alerta é a sensação de perda de controle, quando o tempo de tela ultrapassa os limites estipulados, mesmo com intenção de parar. “É preciso avaliar se os conteúdos consumidos estão alinhados aos próprios valores e se o uso interfere nos objetivos do dia a dia.”

A boa notícia é que é possível reverter esse cenário. A TCC oferece estratégias práticas para reprogramar hábitos digitais nocivos, substituindo-os por atividades que promovem bem-estar real, como práticas esportivas, hobbies e interações presenciais. Para pais e responsáveis, a orientação é clara: estabelecer limites, monitorar os conteúdos acessados e oferecer experiências gratificantes fora das telas.

“No fim, a chave está no autoconhecimento. Quando sabemos o que é importante para nós, filtramos melhor o que consumimos e reduzimos a busca por aprovação online”, conclui o psicólogo. Afinal, o equilíbrio entre o mundo virtual e a vida real não depende da tecnologia em si, mas de como escolhemos usá-la.

Reinaldo Guidolin

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