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Na calada da noite, cargos são extintos: um ataque ao diálogo e à valorização do servidor

Na madrugada desta quinta-feira, a Câmara Municipal protagonizou um episódio que deveria preocupar qualquer cidadão que acredita na transparência e no respeito ao serviço público. O projeto de lei que extingue cargos do Quadro de Pessoal Efetivo do Legislativo, parado desde o fim de outubro, foi subitamente colocado em votação pela Mesa Diretora ,sem aviso prévio, sem diálogo e, sobretudo, sem respeito aos trabalhadores da Casa.

Essa manobra, feita enquanto a cidade dormia, não apenas atropela o debate público: ela ignora deliberadamente os dias de mobilização dos servidores, que lotaram as galerias, dialogaram, argumentaram, participaram. Uma categoria que, com razão, defendia não apenas seus direitos, mas a estrutura mínima necessária para que o Legislativo funcione de maneira eficiente e comprometida com a população.

A decisão de incluir o projeto às pressas, sem qualquer tentativa de construção coletiva, não pode ser considerada casual. Ela revela uma postura que beira o autoritarismo administrativo, como se os servidores fossem obstáculos e não pilares fundamentais da instituição. É um gesto que expõe prioridades e, claramente, elas não estão do lado do funcionalismo que mantém a Casa em pleno funcionamento.

O resultado apertado da votação, 12 votos a 9, também mostra uma Câmara dividida. E, mais do que isso, mostra que muitos vereadores compreenderam a gravidade do que estava em jogo. Mas, infelizmente, prevaleceu uma decisão que fragiliza o quadro funcional.

Manifestei, em plenário, minha profunda indignação com a forma como tudo foi conduzido. Não se trata apenas do mérito do projeto , que por si só já impacta diretamente o futuro da instituição , mas da forma antidemocrática com que ele foi levado adiante. Um parlamento que legisla às escondidas, sem diálogo e sem transparência, abre mão de sua função essencial: representar as pessoas com clareza, responsabilidade e respeito.

O episódio da madrugada é um alerta. Não apenas para os servidores, mas para toda a sociedade. Quando decisões importantes são empurradas no escuro, quem perde é sempre o cidadão. É preciso vigilância, participação e, acima de tudo, compromisso com a democracia algo que não se negocia, não se atropela e jamais se constrói na calada da noite.

Reinaldo Guidolin

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