Sou veterinário há alguns anos, e ainda me emociono toda vez que vejo o brilho nos olhos de uma família ao buscar ajuda para o seu bichinho. Hoje, mais do que nunca, os animais ocupam um lugar especial nos lares. Eles deixaram de ser apenas “bichos de estimação” para se tornarem verdadeiros membros da família, companheiros, confidentes e, muitas vezes, o alívio para dias difíceis. Essa transformação na relação entre humanos e animais trouxe consigo uma nova responsabilidade para nós, veterinários.
Ser veterinário na sociedade moderna vai muito além de tratar doenças. Nosso papel é acolher pessoas e animais com empatia, escuta e sensibilidade. Quando um tutor chega preocupado, ele traz consigo o medo de perder alguém querido. Por isso, precisamos estar preparados não apenas tecnicamente, mas emocionalmente. Cada diagnóstico, cada orientação e cada gesto de cuidado faz diferença, tanto para o animal, quanto para quem o ama.
As famílias de hoje estão mais informadas e exigem qualidade, transparência e confiança. E isso é algo muito positivo. Esse novo perfil de tutores nos desafia a sermos profissionais cada vez mais qualificados, atualizados e humanos. É preciso entender que cuidar de um animal é, também, cuidar da saúde pública, do equilíbrio ambiental e até do bem-estar coletivo.
Vejo a medicina veterinária como uma ponte entre o amor e a ciência. Nosso trabalho é unir conhecimento técnico a um profundo respeito pela vida. É um ofício que exige estudo constante, mas também humildade para reconhecer que cada paciente é único e que cada família tem sua história.
Ser veterinário é, acima de tudo, servir. É estar presente nos momentos de alegria e também nas despedidas. É entender que, por trás de cada latido, miado ou olhar, existe um laço de amor, e que nosso dever é cuidar dele com toda a dedicação que a vida merece.