Nos últimos anos, o Brasil enfrenta um fenômeno tão perigoso quanto silencioso: a tentativa contínua de normalizar o crime no discurso político. Não falo apenas de declarações isoladas de parlamentares ou ativistas. Falo de uma narrativa crescente que tenta transformar o criminoso em vítima e o trabalhador honesto em culpado. É a inversão completa dos valores que sustentam uma nação.
Recentemente, assistimos a um exemplo emblemático dessa distorção: uma vereadora afirmando publicamente que “traficante é trabalhador” e que a droga seria “apenas uma mercadoria”. Esse tipo de fala não é apenas irresponsável é um ataque frontal às forças de segurança, à Justiça e às milhares de famílias que perderam seus filhos para as drogas, para o tráfico e para a violência gerada pelo crime organizado.
Com décadas de experiência no front, afirmo com absoluta convicção: não existe romantização possível quando estamos lidando com facções, armas de guerra e estruturas criminosas que recrutam jovens, destruem vidas e desafiam o Estado brasileiro. Chamá-los de “trabalhadores” é apagar o sofrimento de quem vive sob o domínio do tráfico, especialmente nas periferias.
Infelizmente, essa visão distorcida não aparece apenas em falas isoladas. Ela está infiltrada em discursos acadêmicos, decisões judiciais permissivas, políticas públicas equivocadas e tentativas de transformar criminosos em “vítimas sociais”, como se a sociedade fosse obrigada a tolerar o intolerável. Enquanto isso, criminosos ganham espaço, expandem territórios e desafiam o poder público com a certeza da impunidade.
A verdade é simples e direta: quando o Estado se cala, a criminalidade avança. Quando a política tenta transformar o crime em debate ideológico, quem paga a conta é o cidadão de bem. É o pai de família que não pode sair de casa à noite. É o trabalhador que vê seu comércio ser extorquido. É a mãe que enterra um filho vítima de uma bala perdida.
O poder público tem a obrigação moral de defender a lei, a ordem e a vida. O resto é conversa fiada. Não existe meio-termo entre o crime e o cidadão honesto. Não existe diálogo possível com quem usa o terror como método. E não existe futuro para um país que se acostuma com a ideia de que criminoso é apenas um “empreendedor da periferia”.
O Brasil precisa, urgentemente, retomar o caminho da responsabilidade, da disciplina e da autoridade. Uma sociedade que normaliza o crime está condenada a viver sob a sombra do medo. Já uma sociedade que valoriza suas forças de segurança e reconhece que bandido é bandido e não trabalhador tem a chance real de retomar suas ruas, sua paz e sua dignidade.
Como vereador e como Policial Militar, mantenho a mesma postura que sempre defendi ao longo da minha carreira: respeito ao cidadão de bem, proteção às famílias, apoio irrestrito às forças de segurança e tolerância zero com o crime organizado. É assim que se constrói um Brasil forte. É assim que se honra a farda. E é assim que se combate a perigosa tentativa de normalizar aquilo que jamais deve ser normalizado.








