Setembro tem um significado especial para os gaúchos. É o mês em que a cultura rio-grandense pulsa mais forte, embalando a rotina das cidades com as cores da bandeira, o som das músicas nativistas, o cheiro do churrasco e o calor do chimarrão. Esse movimento, que ganha força nos festejos farroupilhas, não precisa se limitar aos piquetes e acampamentos. Ele pode — e deve — ser incorporado pelo comércio do Rio Grande do Sul como estratégia para transformar setembro no melhor mês de faturamento do ano.
Não faltam referências de como festas e tradições podem se converter em motores econômicos. A Oktoberfest de Blumenau é um dos exemplos mais emblemáticos: além de preservar a identidade cultural germânica, ela estimula o consumo de cervejas artesanais, gastronomia típica e souvenires temáticos, movimentando a economia local e regional e atraindo turistas do Brasil inteiro. As festas juninas no Nordeste, por sua vez, transformam a venda de comidas típicas, decorações e roupas caipiras em uma onda de consumo que aquece o comércio em toda a região. A Festa do Peão de Barretos cria oportunidades para o agronegócio, vestuário country e entretenimento. Já a Festa de Parintins, no Amazonas, movimenta o artesanato, a hotelaria e o turismo, mostrando como a celebração de identidades culturais pode redefinir a economia local.
Essas experiências mostram que a combinação de cultura e economia é um caminho viável e poderoso, capaz de transformar a realidade de regiões inteiras.
Iniciada hoje, a campanha Ganha-Ganha Farroupilha tem potencial de se tornar um catalisador para esse movimento. Ao estimular o consumo local e premiar os clientes que compram no comércio gaúcho, a iniciativa contribui para aquecer as vendas e consolidar setembro como um período estratégico para lojistas e prestadores de serviços.
Para que essa transformação aconteça, é fundamental que cada comerciante se aproprie dos elementos da nossa cultura e os leve para dentro de suas lojas. Pequenas atitudes podem despertar no consumidor o orgulho de ser gaúcho e criar um ambiente propício para as compras. Algumas ideias práticas incluem:
- Servir chimarrão de forma acolhedora aos clientes.
- Vestir os funcionários com pilchas ou acessórios tradicionais.
- Ambientar o espaço com músicas nativistas.
- Oferecer brindes temáticos, como cuias, lenços ou chaveiros.
- Decorar com a bandeira do Rio Grande do Sul e símbolos farroupilhas.
- Criar promoções exclusivas relacionadas ao 20 de Setembro.
Essas ações não apenas reforçam o vínculo emocional com os clientes, mas também diferenciam o comércio físico em uma época em que a experiência de compra precisa ir além do produto. O varejo físico enfrenta uma concorrência cada vez mais agressiva do comércio digital, especialmente dos grandes marketplaces nacionais e asiáticos. Permanecer na zona de conforto é abrir mão de competitividade e relevância.
A hora de agir é agora: potencializar as vendas aproveitando a força da nossa tradição e transformando setembro em um marco anual de crescimento para o comércio gaúcho.