A primavera começou e, junto com ela, cresce a preocupação com o clima no Rio Grande do Sul. Essa é a estação em que normalmente se espera chuva abundante, com acumulados mensais que passam dos 180 milímetros no norte do Estado. Mas as previsões indicam que 2025 pode seguir um caminho diferente.
O fenômeno climático El Niño/La Niña, que influencia diretamente o regime de chuvas no Brasil, está em situação de neutralidade. Ou seja, o oceano Pacífico Equatorial não apresenta, por enquanto, sinais claros de nenhum dos dois eventos. Ainda assim, os modelos climáticos projetam que, entre outubro e dezembro, há 50% de chance de retorno da La Niña.
Esse cenário de incerteza preocupa meteorologistas, já que a La Niña costuma estar associada a estiagens prolongadas no Sul do Brasil. Mesmo sem uma definição clara do fenômeno, os modelos de chuva apontam para os próximos seis meses, de setembro de 2025 a fevereiro de 2026, probabilidade elevada de precipitação abaixo da média em quase todo o Estado, principalmente na primavera.
Com a perspectiva de chuvas mais escassas, aumenta o risco de problemas para o abastecimento de água e para a agricultura, especialmente nas lavouras de verão, como soja e milho. Por isso, especialistas recomendam atenção e planejamento no uso e armazenamento da água, como forma de reduzir os impactos de uma possível estiagem.
Dr. Daniel Caetano Santos
Meteorologista da UFSM