Antes mesmo de pensar em disputar uma eleição, eu já tinha entendido, na prática, o que significa ajudar alguém através do serviço público. Lembro com clareza de um episódio que marcou minha decisão de entrar para a política. Na época, eu atuava diretamente no atendimento de processos de desburocratização, especialmente na criação de MEIs e novos CNPJs. Era rotina lidar com formulários, sistemas e prazos — até que um dia, um senhor simples chegou precisando emitir uma nota fiscal pela primeira vez na vida, para conseguir receber por um trabalho que havia feito.
O processo não era complicado, mas exigia atenção, agilidade e, principalmente, vontade de resolver. Naquele dia, eu corri. Deixei de almoçar, acompanhei cada etapa, fui atrás do que precisava ser feito para que tudo saísse o mais rápido possível. Não por obrigação, mas por entender que, do outro lado do balcão, havia alguém dependendo daquilo.
Dias depois, soube que aquela nota emitida permitiu que ele fizesse, pela primeira vez, um aniversário decente para a filha. E mais: conseguiu comprar a primeira geladeira da família. Foi ali que eu tive certeza de uma coisa: quando o poder público funciona, ele muda vidas. E foi ali que eu decidi que queria levar esse mesmo espírito para a política.
Hoje, encerrando meu primeiro ano de mandato como vereador, essa história faz ainda mais sentido. Porque tudo o que construímos até aqui — da escuta nas ruas às articulações fora da cidade — nasce exatamente dessa mesma convicção: política não é cargo, é ferramenta.
Este foi um ano de muito aprendizado. Aprendi ouvindo as pessoas, entendendo as limitações do sistema, dialogando dentro e fora da Câmara e amadurecendo a forma de agir. Aprendi que cada demanda carrega uma urgência própria, e que quem ocupa um cargo público não pode tratar a vida das pessoas com burocracia ou indiferença.
Também foi um ano de construção. Construção de relações, de confiança, de diálogo com diferentes setores e de um mandato que busca ser presente, acessível e responsável. Um mandato que entende que resolver o pequeno também é transformar o grande.
Nada disso se faz sozinho. Por isso, deixo aqui meu agradecimento sincero a cada cidadão que confiou, que procurou, que sugeriu, que criticou e que caminhou junto. Aos servidores públicos, às lideranças comunitárias, às entidades, aos colegas da Câmara e a todos que contribuíram para que este primeiro ano fosse de crescimento coletivo.
Encerrar este ciclo é renovar compromissos. Compromisso com a escuta atenta, com o respeito às pessoas, com a responsabilidade pública e com a determinação de não deixar que a burocracia se sobreponha à dignidade humana.
Neste fim de ano, desejo a todas as famílias boas festas, com saúde, união e esperança. Que seja um tempo de descanso e reflexão, mas também de confiança em dias melhores.
Eu sigo com a mesma motivação daquele primeiro atendimento, daquele primeiro esforço, daquela primeira certeza: se o poder público fizer a sua parte, a vida das pessoas pode melhorar de verdade.
Com gratidão pelo que foi vivido neste primeiro ano e com o compromisso renovado de seguir trabalhando — sempre com propósito, humanidade e responsabilidade.
